Em visita à casa da mãe nas inúmeras viagens
que fiz a Fortaleza, sentamo-nos, como era costume, na varanda de frente,
quando ela então passou a narrar suas lembranças de outrora.
Dados
da família:
-
1⁰ casamento da vovó Bárbara, cujo nome de solteira era Bárbara Josino da Costa
(ou de Oliveira). Após o casamento com Maximino Alexandre Fernandes, mudou o
nome para Bárbara Josino Fernandes.
Filhos
de Bábara:
Francisco
Josino Fernandes (conhecido como “Nenen”), nascido em 1906; Rita Fernandes da
Costa (depois mudado para Holanda após o casamento), nascida em 1909; Luiz
Fernandes da Costa, nascido em 1911; João Josino da Costa, nascido em 1915 e,
Maria Fernandes da Costa (mudado para Lima após o casamento), nascida em 1913.
2⁰
casamento da vovó Bárbara: com Francisco Cavalcante de Paiva, mudando o nome
para Bárbara Josino Cavalcante.
Filhos:
Raimunda Josino Cavalcante, nascida em 30.6.1919; Alcebíades Josino de Paiva,
nascido em 1920; Telina Josino Cavalcante (depois Amorim), nascida em 1922;
Hilda Josino Cavalcante (depois Pereira), nascida em 1914 e Antonia Josino de
Paiva (cujo sobrenome permaneceu no casamento, o mesmo do marido que era também
Paiva), nascida em 1926.
Vovó
Bárbara faleceu em abril de 1952, de ataque cardíaco. Vovô Francisco faleceu em
junho de 1971, de câncer no pâncreas. Este casou-se uma segunda vez com dona
Edwigens Feitosa (depos Paiva), tendo como filha única Maria José de Paiva
Cavalcante (depois mudado para Feijó).
Os filhos de dona
Raimunda
O primeiro, João Batista Neto, nascido a 8 de
março de 1938; o segundo, Francisco Assis Cavalcante, nascido a 20 de julho de
1939; o terceiro com o nome de Jurandir, nascido talvez em 1941, faleceu de
desidratação aos dois anos (enquanto ele morria o outro nascia); o quarto,
Francisco Cavalcante Neto, nascido a 4 de agosto de 1943. Todos estes quatro
primeiro filhos nasceram no Rio Grande do Norte, portanto, nas mãos de
parteiras.
O quinto filho, Juraci Josino Cavalcante,
nasceu a 8 de agosto de 1946, sendo o primeiro a nascer em Fortaleza, e numa
maternidade (“Maternidade César Cals”); Quanto ao sexto, Jurandir Josino
Cavalcante, que teve o mesmo nome do outro falecido, nasceu a 20 de agosto de
1948, mas não deu tempo de levá-lo à maternidade, nasceu em casa mesmo.
Maria das Graças Josino Cavalcante, sexto
filho, e única mulher, nasceu a 6 de outubro de 1950, na casa de saúde São
Raimundo.
Os dois últimos filhos foram Jair Josino
Cavalcante, nascido a 11 de novembro de 1954, e Francisco Antonio Josino
Cavalcante, a 8 de março de 1958, ambos na maternidade César Cals.
Desta forma, ela criou oito filhos, sendo
sete homens e uma mulher.
Exemplo de concórdia
entre casais
Mamãe conta que, ao chegar a Fortaleza,
dedicou-se à arte de corte e costura a fim de ajudar papai nas despesas da
casa. Certo dia, uma freguesa lhe encomendou um vestido e pediu que usasse o
tecido com as figuras nele desenhadas de cabeça para cima. Na hora de
confeccionar a roupa, mamãe errou e colocou as figuras de cabeça para baixo.
Constrangida, disse ao papai que tinha de comprar outro pano e fazer o vestido
novamente da forma que a cliente havia pedido. Mas, ele lhe falou secamente que
não fosse comprar outro pano. Ela nada respondeu, porém, caladinha, foi à rua
(ao centro da cidade, onde se vendiam os tecidos) e comprou o pano. Chegando à
casa fez novamente o vestido, desta vez
da forma como havia pedido a cliente.
Ao terminá-lo, porém, teve uma ingrata
surpresa. Papai apareceu na frente dela, repentinamente, e com um fósforo aceso
queimou o vestido. Isto sem dizer uma
palavra. Ela, também sem nada dizer, pôs-se a chorar, olhando com tristeza o
fruto de seu trabalho ser consumido pelo fogo. Papai saiu dali sem dizer uma
palavra. Depois de algum tempo, arrependido, chegava da rua com o tecido que
ele agora tinha ido comprar. Entregou a ela para que fizesse novamente o
vestido, e o assunto foi assim encerrado.
O ciúme das parentes
Os primeiros anos de casamento eles passaram
no Rio Grande do Norte, no lugar Passagem Limpa e Portalegre. Antes, e algum
tempo após o casamento, mamãe se dedicava a fazer rendas (de bilros), bordados
e redes (que a mãe dela, a vovó Bárbara, fazia no tear, e ela a ajudava).
Mamãe sempre demonstrou ter muito ciúme de
suas cunhadas, as irmãs do papai: Anália, Antonia, Salomé e Rita. O pior caso
ocorreu com Anália, a mais nova de todas. Quando papai e mamãe se casaram foram
morar na casa dele, onde também residia todos seus irmãos, as citadas irmãs
mais o de menor idade, Hermes. Seus pais haviam falecido quando papai ainda era
bem jovem: perdeu a mãe com doze e o pai com dezesseis anos de idade. Os irmãos
mais velhos (Pedro e Doca) haviam se casado e deixado papai como arrimo das
mulheres e do mais novo. Não havendo com quem deixar os cuidados das irmãs e do
irmão, o jeito foi trazer a esposa para dentro de casa.
O primeiro desentendimento da mamãe com as
cunhadas foi quando ela foi atacada por uma vaca (tendo escapado da mesma subindo numa pedra),
enquanto suas cunhadas riam dela. Chegando à casa foi queixar-se com o papai,
mas este ralhou com ela por haver tido mede da rês. Estava em início de
gravidez e poucos dias depois abortou
seu primeiro filho, o que fez papai ficar muito arrependido de ter brigado com
mamãe, supondo ele que, provavelmente por causa disso, ela perdeu o filho.
No entanto, passados alguns dias a coisa foi
ficando cada vez mais tensa, especialmente com a cunhada Anália, a mais
birrenta. Segundo a mamãe, as irmãs do papai nada faziam para ajudar nas
despesas e limpeza da casa, só a mamãe é que trabalhava e tentava ganhar algum
dinheiro. Um dia, ela discutiu com a Anália e ameaçou-a botar para fora de
casa. E esta última a desafiou, dizendo que estava na casa do irmão dela, que
era quem mandava ali. Mamãe não agüentou e exigiu que ela saísse.
Quando papai chega do trabalho, Anália correu
logo a lhe fazer queixas e disse que daquela casa não saía, pois era a sua
casa. Papai, calado como sempre, nada respondeu; mas, passados alguns instantes, chamou a
mamãe para ajudá-lo em alguma coisa fora da casa e assim falar a sós com ela.
Chegando lá ele disse à mamãe que ela tinha de tolerar a irmã dele morando com
ela sem brigas, e deu seus argumentos. Mamãe ficou irredutível e disse que
exigia que ela saísse de casa. Papai
então foi duro com ela e disse que se não quisesse morar com a irmã dele, e
cunhada dela, ele a largaria, o casamento estava acabado.
Aquela exigência e aquelas palavras foram
muito duras para ela, que o amava muito e não desejava nunca que houvesse uma
separação. Ficou pensativa e acedeu: resolveu concordar em que a Anália ficasse
morando na casa com eles.
Mas, os desentendimentos eram constantes,
sempre voltavam, e o convívio se tornava insuportável. Papai resolveu, então, sair para outra casa e
deixar seus irmãos morando em casa separados deles. Resolveu assim salvar
diplomaticamente seu casamento, embora isso lhe custasse muito por causa do grande
amor que nutria por seus irmãos.
Notícias sobre
ancestrais mais remotos
Declarações da mamãe:
“Meu avô materno se chamava João Josino e era
originário de Tibau, no Rio Grande do Norte. Dizia ele que sua família , a
Josino, era descendente da Holanda. Certo dia, quando eu estava com três anos
de idade, meu pai levou a família para
morar em Areia Branca, próximo de Tibau.
Minhas irmãs mais velhas (do primeiro casamento da mamãe) saíram para a praia e
me deixaram em casa com a mamãe. Então eu chorei tanto para ir também com elas
para a praia que adormeci (consolada
pela mamãe) e quando acordei estava toda dormente de tanta raiva. Demoramos
pouco tempo em Areia Branca, logo voltamos para nossa casa em Portalegre. Mas
lá em Portalegre a família terminou por se separar. Um dia, meu pai bateu em
Maria, que era muito geniosa, e causou revolta nos outros filhos,
principalmente nas minhas irmãs mais velhas, causando tremenda confusão que fez
nos separar. Logo minhas irmãs foram morar
separadas, pois não aceitavam o rigor com que papai as tratava”.
O gavião
Quando ainda estavam recém casados, mas sem
filhos ainda, certo dia veio um gavião e desceu sobre os pintos para pegar um
deles, mas no momento exato errou o bote, bateu-se em alguma coisa e ficou
ferido no chão. Papai foi tentar enxotar a ave, mas ela brigou com ele, com
pena do animal, dizendo que o soltasse e deixasse voar e ir embora. Porém,
repentinamente, o gavião atacou papai e o feriu no rosto. Vendo-o com o rosto sangrando, mamãe não
contou conversa: pegou um pau e partiu pra cima do bicho com raiva. Nesse
momento, ela lembra que papai lhe disse: “Eis uma prova de que você
realmente gosta de mim”.
O ganha-pão
Antes de se casar, mamãe conta que fazia
renda de bilro, costurava, bordava e fazia redes para ajudar nas despesas de
casa. Quanto ao papai, este já havia se
acostumado desde muito jovem aos trabalhos da lavoura, e com isso sustentava a
si e a seus irmãos. Havia ficado órfão de mãe aos 12, e de pai aos 16 anos de idade. Trabalhava na
roça plantando milho, feijão e mandioca. Mas também criava caprinos e porcos
para engorda e venda nas feiras livres. Muitas vezes ele mesmo matava uma
criação e um porco, indo em seguida vender a carne para com isso ter o sustento
da família.
Personalidades
dos cunhados e cunhadas, segundo a mamãe:
-
Anália: preguiçosa e arrogante, queria mandar em tudo e vivia pirraçando a
cunhada;
-
Antonia: a mais velha, tinha um pouco de
tudo isso, mas em grau menor. Era mais compreensiva, mas também não trabalhava
para ajudar o irmão;
-
Salomé: já era casada e vivia com seu marido;
Rita:
também preguiçosa, não ajudava o irmão em nada;
Hermes;
desde cedo revelou-se irresponsável, jogador, e se aproveitava da bondade do
irmão que o sustentava;
Pedro
e Doca: eram já casados, viviam em suas casas com suas esposas.
O regenerado
Mamãe conta que havia um casal, seu vizinho,
que foi pra ela exemplo de concórdia e de fidelidade. No início do casamento o
marido agia com muita brutalidade e grosseria com a esposa. Esta, porém,
suportava tudo calada, sem nada reclamar. Os dias foram se passando e aquele
homem sempre a tratar mal a sua esposa
sem que ela nada replicasse, suportando
tudo calada e com resignação cristã.
Certo dia, o homem tratou a esposa como era
costume e, vendo-a resignada sem nada
replicar, parou, ficou olhando admirado e
pasmado para a esposa e disse:
- “Meu Deus, eu não mereço ter uma esposa tão
boa. Sendo assim, a partir de hoje vou mudar de vida e vou lhe tratar com
carinho e amor”.
Realmente, a partir daquele dia o marido
mudou completamente e comportamento e, segundo a mamãe, viveram muitos anos
juntos em santa harmonia.
Os filhos mais
doentes
Mamãe diz que os filhos que lhe deram mais trabalho com doenças foram
os primeiros a nascer em Fortaleza, o
Juraci e o Jurandir. Apesar de ter sido sempre robusto, o Jurandir foi
acometido pelo ataque repentino de uma estranha doença que lhe tapava a
garganta, sufocando-o. Sua vida foi salva, segundo a mamãe, graças ao tio José,
esposo de sua irmã Toinha. Estando ele de visita á nossa casa, ao ver a criança
naquele estado disse ao papai que aquilo era crupe, e que o levasse com
urgência ao médico, pois aquela doença mata em menos de 24 horas. Meu pai ficou
agoniado,foi até um vizinho, pediu ajuda e o mesmo os levou em seu carro a
procura de médico, embora fosse tarde da noite. Saiu em busca de um médico que
já conhecia, tendo telefonado antes para saber se o atendia àquelas horas da
noite. O médico foi muito gentil e disse que fosse até sua casa, deu o endereço
e ficou aguardando. Era quase meia-noite quando chegaram à casa do referido
médico. Quando a consulta terminou já era quase uma hora da madrugada.O
problema maior é que papai não tinha dinheiro para comprar o remédio, tendo o
médico lhe empresado a quantia necessária. No mesmo carro que os levou foram até
uma farmácia de plantão, onde foi logo ministrada uma injeção na criança. Compraram
também um remédio via oral a ser dado quando chegassem à casa.
Ao chegar foi que perceberam que a coisa era
realmente muito grave. Antes da injeção produzir efeito a criança ficou
sufocando, embora um pouco quieta. Alguns depois, porém, o menino (que tinha em
torno de dois anos) ficou estrebuchando,
pulando e impaciente com os ataques da doença. A mamãe ficava com o menino nos
braços, segurando para não ficar se batendo, mas logo cansava e o entregava ao
papai, e assim os dois se revezavam a noite toda. De 3 em 3 horas eles davam o
remédio via oral. Os acessos foram aos poucos diminuindo, até que ao amanhecer
do dia a criança havia se acalmado.
O outro filho, o Juraci, de repente foi
também acometido por uma estranha doença que o impedia de andar. Ela e o papai
ficaram aflitos pois o menino já tinha 3 anos e, de repente, passou a andar
rastejando pelo chão, não conseguia ficar em
pé. Até hoje ela não se lembra que doença era aquela, só sabe que foram
ao médico, deram remédio e ficou curado.
A religiosidade da
mamãe
Toda a sua religiosidade, assiduamente
católica, foi herdade do pai dela, Francisco Cavalcante de Paiva. Conta ela que
seu pai tinha bons livros religiosos, que os lia com freqüência. Quando moravam
no sertão levava os filhos, percorrendo
longas distâncias à pé, a fim de assistir às missas dominicais. Certo dia
apareceu por lá um santarrão, tido por santo por algumas pessoas. O pai dela
foi lá conferir, dizendo, por inspiração do discernimento dos espíritos, que o
sujeito não tinha nada de santo. Discutiu com o sujeito, o qual terminou
rogando uma praga no vovô. Muito católico e confiante na proteção divina, o Sr.
Francisco não teve nenhum medo da praga. Poucos dias depois o santarrão se
mostrou quem era ao bulir com uma jovem
do lugar, tendo que fugir de lá às pressas.
O pai da mamãe também era um anticomunista
convicto. Soube que a “coluna Prestes” andava pelo sertão e diziam que passaria pelo lugar onde ele morava com a
família. Ao tomar conhecimento dos boatos, mandou fazer uma faixa grande com os
dizeres “Abaixo o bolchevismo!”, e colocou-a na entrada do lugarejo a fim de
que ficasse demonstrado a rejeição que
tal regime tinha por aquele povo.
Mamãe conta que em Fortaleza tinha que assistir às missas numa igreja que
ficava longe de casa, ao lado do famoso asilo de doentes mentais, conhecido
simplesmente como “Asilo”, ou “Asilo da Porciúncula”, nome da igrejinha que
ficava ao lado do mesmo. Ela era tão preocupada em não perder o horário da
missa que sempre chegava à igreja bem cedinho,
muito tempo antes da missa começar. Certo dia, chegou lá de madrugada,
carregando os filhos, todos ainda crianças, mas a igreja estava fechada. Bateu
na porta e atendeu um padre, dizendo que era de madrugada e faltava ainda muito
tempo para a missa. Mesmo assim ela pediu para que ele deixasse ela entrar com
as crianças. No entanto, ele disse que fosse
procurar as irmãs da Porciúncula, que ficava ao lado, onde teria a companhia
das freiras. E assim ela fez, ficando aguardando até a hora da missa, isto é,
até às 4 ou 5 da manhã como era costume naquele tempo.
Já o pai dela, nunca perdeu uma missa
dominical. E até assistia outras missas que podia no meio da semana. Certa feita,
quando já morava em Fortaleza e trabalhava como guarda noturno, saiu de
seu posto de trabalho para assistir a
uma missa que estava sendo celebrada bem próximo. Não sendo encontrado no seu
posto de trabalho, foi demitido do emprego. Apesar de tudo, contou a verdade ao
patrão e disse que estava mesmo assistindo
à missa, pois pretendia também comungar.
Esta história tem outra versão da mamãe. Quando ela tinha cerca de 13 anos, isto é, lá
pelo ano de 1932, o pai dela veio com a família tentar a sorte em
Fortaleza. Conseguiu emprego de guarda
de trânsito, deixando seu posto de trabalho para assistir a uma missa, no que
foi sumariamente demitido porque seus superiores notaram sua falta.
Alguns fatos
dramáticos
Dona Raimunda sempre manteve grande
serenidade perante alguns fatos dramáticos ocorridos na sua família. Vamos
lembrar aqui alguns deles.
Como eram pobres não possuíam mobília
apropriada. Assim, como não podiam comprar camas para os filhos dormir, o jeito
era dar uma rede pra cada um. E as redes eram guardadas, durante o dia, num
enorme caixão de madeira. Certo dia, alguém esqueceu-se de uma lamparina acesa
em cima do caixão, que pegou fogo em todas as redes que lá haviam. Foi uma
grande correria para apagar o fogo e não deixar se propagar por toda a casa.
Neste dia foi o jeito dormir pelo chão mesmo.
O Jurandir, quando criança, foi acometido
certa vez de sonambulismo. Levantou-se dormindo, atravessou a rua (que a gente
chamava de “Pista do Cocorote”, era a estrada que levava ao aeroporto
militar-civil da cidade), entrou na mercearia que ficava do outro lado da rua
(seu proprietário era chamado de “Zé da Onça”), e ficou parado em frente ao
dono sem nada dizer. O homem perguntava o que ele desejava, mas o sonâmbulo
nada respondia. Advertido pelos outros irmãos, papai foi correndo até a
mercearia e lá encontrou o fujão ainda em pleno sono. Foi fácil acordá-lo e
levá-lo pra casa.
Um dos filhos da mamãe, certo dia, foi encontrado
brincando com uma cobra no quintal. Era venenosa, mas por milagre não picou
a criança. Ela pegou de pau e matou a
serpente.
Nosso irmão Franciné caiu por duas vezes em
cacimbas. Na primeira, foi socorrido por um tio, que pulou na cacimba e
resgatou a criança. Na segunda vez, já era rapazinho, e estava ajudando a fazer
uma escavação, para aumentar profundidade e dar mais água, quando quebrou-se a
corda que o sustentava e caiu no fundo do poço. Foi grave a pancada que teve na
cabeça, mas graças a Deus sem maiores conseqüências.