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segunda-feira, 14 de abril de 2008

Amor à família se estende aos netinhos

O Sr. Batista sempre levava primazia pela família em tudo. Por isso, ele amava muito seus filhos e netos. Ao lado, a foto de André, filho da Gracinha, quando muito criança. Na outra foto, o mesmo André, já grandinho, Bárbara nos braços do avô, e Taciana na frente. Transcrevemos abaixo uma poesia que ele fez homenageando o nascimento de um seus netos, Kaio Lincoln, filho do Toinho, que hoje reside em Vanderlei, na Bahia.

Historinha de Kaio Lincoln quando nasceu

Longos meses eu passei

Num apartamento sozinho

Não chorei, nem falei

Num cantinho, quetinho

Tudo era silêncio

Como se pode imaginar

Não tinha nenhuma convivência

Naquela sala de estar

Em tudo Deus impõe

Durante o dia a dia

No seio me guardava mamãe

Mas seu rosto eu não conhecia

Eu era bem cuidado

Com amor e com carinho

Nada me faltava

Naquele bendito ninho

Afinal chegou a hora

De uma feliz noitjnha

De conhecer agora

O papai e a mãezinha

quarta-feira, 2 de abril de 2008

O segredo da devoção à Nossa Senhora



Um segredo importante
A Santa Virgem Maria


Eu era ainda tão pequeno,
De religião não entendia,
Mas já fazia minha súplicas
À Santa Virgem Maria.


Depois que eu fui crescendo
Devagar eu refletia:
Devia ter devoção
À Santa Virgem Maria

Com ajuda de minha mãe
Que tanto bem me queria
Aprendi a venerar
À Santa Virgem Maria

Quando minha mãe morreu
Uma dor no peito eu sentia:
Pedia consolação
À Santa Virgem Maria


As muitas graças alcançadas
Eu recebo com alegria
E humildemente agradeço
À Santa Virgem Maria

E se alguém me magoa
Ou me trata com ironia
Com lágrimas eu recorro
À Santa Virgem Maria

Sem ter mais a minha mãe
Novas forças eu sentia,
Pois tinha veneração
À Santa Virgem Maria

Hoje na minha velhice
Nas angústias do meu dia,
Eu peço que me dê forças
À Santa Virgem Maria

Mesmo com tantos pecados
Que cometo todo dia
Eu rezo diariamente
À Santa Virgem Maria

sábado, 1 de março de 2008

A cultura através da literatura de cordel

Lendo livros de cordel, o Sr. Batista conseguiu intelectualizar-se da melhor forma possível e assim ampliar seus horizontes, saber de algo distante de onde morava, nomes das capitais, situações dos povos dos outros lugares, etc. E lia com tanto gosto aqueles livretos que, já velho, recordava para seus filhos, netos e bisnetos, aquelas poesias que lhe enchiam de satisfação em seus tempos de mocidade. Sua memória nunca lhe traía e conseguiu decorar grande parte das historietas e das poesias de seu tempo. Lembrava com saudades das histórias de um personagem chamado “Cancão de Fogo” , celebrizado pela literatura de cordel.
Um exemplo que bem mostra a riqueza intelectual dos fazedores de versos do sertão é uma poesia que o Sr. Batista sempre repetia quando maduro, de autor desconhecido, que aprendera em sua juventude:
Eu vi um sagüi de espora
Macaco de realejo
Guariba tocar solfejo
Eu vi nos braços da Aurora:
Eu vi uma caipora
Despenseira de um navio
Sapo cantar desafio
Morcego vender fazenda
Catita fazendo renda
O sol tremendo com frio!

O mote é: Eu vi nos braços da Aurora o sol tremendo com frio! Tudo faz crer que o autor da poesia se baseou em nada menos do que no famoso Bocage, que tem uma poesia com o mesmo mote e reza assim:

Se isto vai de foz em fora,
Também com luz diamantina
Vir raiando a matutina
Eu vi nos braços da Aurora:
Só me resta ver agora
O caranguejo de um rio,
Ver os efeitos do cio,
Cantar modas um macaco,
A lua tomar tabaco,
O sol tremendo com frio!

domingo, 24 de fevereiro de 2008

Últimos dias do poetinha e sua neta distante


Iniciava-se o ano de 1995, poucos dias faltavam para seu falecimento. Em seu leito de dor, recebia em casa os familiares distantes que o visitavam. Dia 03 de janeiro, ele chama sua neta, Carla, e dita para ela os seguintes versos que havia escrito numa folha de um caderno em sua homenagem já há algum tempo:

Minha netinha formosa
Ventura dos dias meus
És linda como uma rosa
Do belo jardim dos céus

O brilho do teu olhar
Tem tanto, tanto carinho
E o teu doce falar
É o canto do passarinho

Este riso que me prende
Tem meiguice, tem candor
Ai! Como teu riso acende
Na face belo rubor

Como o teu riso alerta
Um calor no peito meu
Como minh’alma desperta
Do corpo que já morreu

Como é bom ouvir segredos
Te afagando como desvelo
Deixar correr os meus dedos
No ouro dos teus cabelos

Tu és um anjo, querida
Um anjo banhado em luz
Que brilha na minha vida
E me suaviza a cruz

Quando fechar os meus olhos
Pra nunca mais ver os teus
Me guie por entre abrolhos
Até pertinho de Deus

Junto ao trono do Senhor
Te lembrarei com saudade
E rezarei com amor
Por tua felicidade!

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

BODAS DE OURO EM VERSOS DE CORDEL

Por: Francisco Batista Cavalcante
Em 17-01-1987

Cinqüenta anos se passaram
De sonhos e fantasia
Às vezes sonhando acordado
Às vezes quando dormia

No começo tudo era rosa,
Rosa ainda em botão,
Que aos poucos foi se abrindo
De dentro do coração.

Com o tempo a rosa fechou,
Surgiram os frutos do amor,
Com base na Lei de Deus
Que é o nosso Criador.


Os frutos se separaram
Já no tempo da colheita,
Muitos rebentos vingaram,
E a raiz ficou perfeita.

Era ainda muito jovem,
Mas sabia o que queria,
A vida estava incompleta,
Faltava uma companhia.


Encontrei, pois, a Raimunda
E tomei uma decisão
Nos unirmos para sempre
Com amor e doação.

A vida estava incompleta,
Mas, gerado com carinho,
Nasceu o primeiro fruto:
Nosso querido Netinho.


Começava nova vida,
E como era já esperado
Veio o segundo, o Assis,
Tornando o lar abençoado.

O terceiro, Jurandir,
Que era linda criança,
Só três anos, Deus o levou...
Nunca saiu da lembrança.


O quarto, o Franciné
Que é também muito querido
Possui um bom coração
E é o mais extrovertido

Bem, todos aqui nasceram
No Rio Grande do Norte
Viemos para Fortaleza
Pois, para tentar nova sorte

Nasceu nesta o quinto filho,
Com a ciência de Davi
E a paciência de Job,
Que é o nosso Juraci.

O segundo Jurandir
Que é o sexto na feitura,
É o gênio da família,
Mas só em literatura.

O sétimo, uma Gracinha
A filha que eu mais queria,
Viveu só trinta e três anos...
De tristeza ela vivia.


O oitavo foi o Jair,
Criança que a gente amou,
Com vinte e cinco somente
Para o Céu Deus o levou.

O último, o Toinho
Pra completar a jornada,
Esteve em nosso ninho
Ao final da caminhada


Depois vem mais dois filhinhos
Que com a gente hoje caminha,
Ao final da caminhada.
O André e o Daniel
O dois filhos da Gracinha

Se distingo cada um
É maneira de expressão
Pois todos formam um conjunto
Dentro do meu coração.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

A Sagrada Família também foi retirante...




Um segredo importante
A Santa Virgem Maria


Eu era ainda tão pequeno,
De religião não entendia,
Mas já fazia minha súplicas
À Santa Virgem Maria.


Depois que eu fui crescendo
Devagar eu refletia:
Devia ter devoção
À Santa Virgem Maria

Com ajuda de minha mãe
Que tanto bem me queria
Aprendi a venerar
À Santa Virgem Maria

Quando minha mãe morreu
Uma dor no peito eu sentia:
Pedia consolação
À Santa Virgem Maria


As muitas graças alcançadas
Eu recebo com alegria
E humildemente agradeço
À Santa Virgem Maria

E se alguém me magoa
Ou me trata com ironia
Com lágrimas eu recorro
À Santa Virgem Maria

Sem ter mais a minha mãe
Novas forças eu sentia,
Pois tinha veneração
À Santa Virgem Maria

Hoje na minha velhice
Nas angústias do meu dia,
Eu peço que me dê forças
À Santa Virgem Maria

Mesmo com tantos pecados
Que cometo todo dia
Eu rezo diariamente
À Santa Virgem Maria


sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

O poeta de cordel

Versos ditados de memória, de autores desconhecidos, provavelmente da literatura de cordel, em que o Sr. Batista era bem versado:

Eu fico quase morrendo
Perdendo a lembrança ativa
Já não sei como é que viva
Quando vejo alguém bebendo
Ainda mesmo não tendo
No bolso nem um vintém
Se eu não achar alguém
A quem eu tome emprestado
Nem que eu compre fiado
Eu pego e bebo também