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segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

A ORIGEM DA FAMÍLIA HOLANDA NO BRASIL


Na página da Família Holanda (genealogias de famílias cearenses) há o seguinte relato sobre esta família:

"Os Holandas provêm do holandês Arnau Florentz, ou Arnau de Holanda, nobre que teve completa adaptação ao Brasil. Era filho de Margaretha Florentz e Hendrick Van Holland, Barão de Rhijnsburg. Consta que Margaretha(*) seja irmã de Adriano Florentz, Papa Adriano VI, o último Pontífice não-italiano até à eleição de João Paulo II. Arnau, natural de Utrecht, Holanda, possuía o título de Barão de Theorobonet. Atendeu ao convite de Duarte Coelho em 1535, trazendo para o Brasil a sua vontade de concorrer para a fundação de uma nova nacionalidade e de transplantar para os trópicos os progressos dos conhecimentos do seu tempo.

Casou-se em Pernambuco com D. Brites Mendes de Vasconcelos, tendo criado uma família que desde os primeiros tempos coloniais mostrou grande interesse em engrandecer a nova pátria, colaborando com os demais que tinham os mesmos interesses e atendendo a todos os reclamos que esta magna empresa exigia dos que a ela se afeiçoavam. Brites, quando jovem, orfã, ainda em Portugal, contava com valioso apoio familia Real. Conforme Antonio José Victoriano BORGES DA FONSECA em seu livro Nobiliarchia Pernambucana, de 1748, numa referência a Brites Mendes de Vasconcelos, diz que a Rainha D. Catarina, mulher de El-Rei D. João III, “a entregara a D. Brites de Albuquerque quando passou à Pernambuco em companhia de seu marido o Donatário Duarte Coelho, recomendando-lhe a sua acomodação, ao que generosamente satisfizera D. Brites de Albuquerque, casando-a com Arnau de Holanda e dando-lhe em dote muitas terras, nas quais fundou Brites Mendes muitos engenhos, que possuem hoje seus descendentes.”

Do matrimônio de Arnau de Holanda com Brites Mendes de Vasconcelos nasceram: Christóvão, Augustinho, Isabel, Ignez, Anna, Maria e Adrianna. O Ceará recebeu muitos membros ativos deste clã, representados pelos bisnetos e trinetos de Arnau, que chegaram às praias de Aracati e Cascavel no decênio inicial do século XVIII. À exemplo de outros parentes e contraparentes, vinham com a idéia de instalar no Ceará engenhos de açúcar, o que não foi possível; mas dirigindo as suas potencialidades para os outros ramos da indústria pastoril e agrícola, firmaram-se nas zonas sertanejas de Quixadá e Quixeramobim, no criatório de gado vacum, e pouco mais tarde na serra de Baturité, introduzindo ali as excelências da cultura elitizante do café. Participaram menos que os antecedentes nas lutas políticas, preferindo a atividade do campo para demonstrar esta adesão ao progresso do Ceará.

(*) - Nota enviada pelo Dr. Heriberto Carvalho Galvão, Juiz de Direito na cidade do Recife, também descendente de Arnau de Holanda por parte da família Linhares, de Sobral, Ceará, observa que o Pastor holandês Dr. Frans Leonard Schalkwijk , em extenso trabalho enviado ao Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico de Pernambuco (IAHGP), com pesquisas junto a “Gemeente Archief Utrecht” (GAU), “Rijks Archief Utrecht” (RAU) e outras fontes, concluiu que há possibilidade de Margaretha Florensz (Margarida Florência) ter sido, na realidade, filha de um dos dois únicos irmãos do Papa Adriano VI - Claes ou Jan Dedel Boeyens. Margaretha teria se casado com Hendrick van Rhijnsburg (Henrique de Holanda na grafia holandesa) e teria um filho de nome Arnold Hendricksz (Arnau de Holanda), ou Arnoldo, filho de Henrique. Ainda, segundo esses estudos, Henrique de Holanda teria sido provavelmente um Bailio (magistrado provincial encarregado de defender os bens e direitos dos nobres) de Rhijnsburg e não Barão, como mostra Borges da Fonseca. Sendo assim, Arnau teria sido sobrinho-neto do Papa Adriano VI e não sobrinho deste, conforme aponta a maioria dos genealogistas.
Diz ainda o Dr. Heriberto que parte das pesquisas do Dr. Frans Leonard Schalkwijk foram localizadas nos “Transportenbokjes”, contendo dados sobre transferências, etc., e no “Klapper op de burgers van de stad Utrecht”, contendo referências e nomes dos cidadãos daquela cidade entre l306-l579. “Os documentos consultados encontram-se em ótimo estado de conservação ou restauração” - relatou o próprio Dr. Schalkwijk. Tal pesquisa foi requerida pelo Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico de Pernambuco. Disse ainda ter aquele estudioso holandês consultado o “Testamentenklapper” (relação de documentos notariais da época) e o “Centraal Bureau voor Genealogie” (CBG), em Haia, bem como em livros sobre a nobreza na Holanda, documentação sobre a família Dedel, sobre o Papa Adriano VI, etc. Acrescenta, ainda, que os DEDEL eram considerados “nobres”, como o próprio nome indica (d´Edel – o nobre), enquanto os BOEYENS-FLORENSZ eram burgueses, cidadãos conhecidos de Utrecht. Os BOEYENS haviam prosperado, enquanto os DEDEL haviam empobrecido".

Frei Jaboatão assim explica a origem da família Holanda que veio para o Brasil:
“1. Arnao de Holanda foi filho de Henrique de Holanda Baravito de Reneoburg, natural de Ultreque, o qual Henrique de Holanda foi casado com Margarida Florença, que era irmã do Papa Adriano VI, e foi casado Arnao de Holanda com Brites Mendes de Vasconcelos, que era filha da Bartolomeu Rodrigues, camareiro-mor do infante D. Luiz, filho del-rei D. Manuel, e casado com Joana de Góes de Vasconcelos". (Pedro Calmon, Introdução e Notas ao Catálogo Genealógico das Principais Famílias, de Frei Jaboatão, vol. I, pág. 64).
Esta família que se origina da Holanda (Arnao nasceu em Ultrecht) já se encontrava no Brasil quando os holandeses invadiram a Bahia e Pernambuco. O Patriarca da família já não existia em 1594 quando o filho, Agostinho de Holanda, então com 38 anos, depôs perante a Inquisição.
É provável que o nome Holanda tenha sido colocado em Portugal, pois era comum irem para a Península Ibérica fugitivos das guerras religiosas que grassavam nos países batavos (que na época eram dominados pela Espanha), e chegando lá mudarem os nomes para escapar de alguma vingança. Estes trânsfugas eram mais fugitivos do que desertores, pois procuravam escapar de perseguições por causa de suas convicções religiosas, levando assim para Portugal e Espanha as melhores credenciais de sua fidelidade à Igreja e à Fé Católica. Chegando no Brasil tiveram os mais sérios motivos, além da Fé Católica, em lutar contra os invasores holandeses no início do século seguinte.
É de ressaltar, no entanto, que não se conhece um Holanda famoso na luta contra os holandeses, como ocorria com os da família Cavalcanti, que eram mais numerosos e bem disseminados pelo Nordeste. No entanto, há dados históricos mais antigos desta família, como um João de Holanda, conde de Huntingon e irmão de Eduardo III, rei da Inglaterra no final do século XIV, conforme cita o historiador Oliveira Martins em sua obra "A Vida de Nun'Álvares" (Lello & Irmão - Editores, pág. 253).
Um nome que se destacou no período colonial foi o de Adriana de Holanda, matriarca da família em Recife, filha de Arnao de Holanda. Casou-se com o oficial alemão Cristóvão Linz, que conquistou as terras de Porto Calvo. O casal se estabeleceu no que hoje é o estado de Alagoas, fundando ali sete engenhos ao longo do litoral até o cabo de Santo Agostinho. Teve vida longa, sabendo-se que em 1640 ainda vivia com 100 anos de idade.
Hoje se destacam poucos remanescentes desta família, notando-se especialmente Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, lexicógrafo, filólogo, gramático, autor de famoso dicionário, nascido na cidade de Passo de Camarajibe (AL), em 1910, e falecido no Rio em 1980; Francisco Buarque de Holanda, filho do historiador Sérgio Buarque de Holanda, nasceu no Rio em 1944, é compositor de músicas populares; Sérgio Buarque de Holanda, nasceu em São Paulo em 1902, onde veio a falecer em 1982, escritor, sociólogo e historiador, também foi um dos que participou da Semana de Arte Moderna de 1922; Gastão de Holanda, nascido em Recife no ano de 1919, trata-se de ficcionista, crítico, poeta e artista gráfico, publicou alguns contos regionais; Nestor de Holanda Cavalcanti Neto, jornalista e compositor popular, nasceu em Vitória de Santo Antão (PE), no ano de 1921, e faleceu no Rio em 1970.