Nasci no dia 15 de novembro de 1911, no Sítio Jenipapeiro, município de Portalegre, Rio Grande do Norte. Com idade de um ano meu pai mudou-se para o Apodi, no mesmo Estado: fomos morar num lugar por nome Caroba, numa casinha de taipa e telha, num lugar ermo, onde só havia mato e pedra; depois nos mudamos para Passagem Limpa, que ficava vizinho. O meu pai era um pobre camponês, não possuía terras, era morador de uns parentes seus.
Da parte da minha mãe conheci minha bisavó, lembrança muito vaga, pois tinha de três para quatro anos quando a vi pela primeira e única vez: chamava-se Isabel, e em família “Zabelinha”. Possuía os cabelos branquinhos, era brincalhona: gostava de arremedar os bisnetos quando choravam. Mais tarde soube que sua família era Pereira e Nobre. Anos depois conheci seus irmãos Antônio Pereira e Vicente Pereira.
A minha avó tinha uma irmã que conheci também quando pequeno, tia Fulô, e um irmão, José Raimundo, que foi embora para o Pará e lá morreu. A minha avó casou-se com um rapaz dos Inhamuns, no Ceará, porém nunca conhecemos ninguém de sua família, chamava-se João de Barros, sendo por isto que minha avó era conhecida por Maria de Barros. Teve cinco filhos, três homens e duas mulheres, Os homens: Antônio de Barros, que não conheci, pois fugiu de casa com apenas dez anos e nunca mais tivemos notícias suas; Manoel de Barros, conhecido por Badel, casou-se, foi embora para Belém e também não mais voltou; o tio Vicente, que conviveu conosco muitos anos, amigo de minha mãe, tornou-se também muito meu amigo. As mulheres: minha mãe, seu nome Maria, ou “Mariquinha” em família, cor branca, estatura regular, gênio forte mas muito comunicativa, gostava de fazer amizades; tia Francisca, morena, alta, magra e bem ereta, muito tagarela e também com muita facilidade para fazer amizades. Ambas morreram de parto com menos de quarenta anos.
A minha avó fazia varanda para rede numa almofada, um ponto que chamava “puçá”, eram lindas as suas varandas; nos seus últimos anos de vida foi vontade sua dar de presente a cada um dos filhos um jogo de varandas; e deu mesmo, era uma lindeza de trabalho manual. Morreu aos sessenta e poucos anos.
Da parte de meu pai as lembranças são poucas: não conheci meu avô que chamava-se João Batista, da família Holanda, e minha avó Maria da Conceição, da família Alexandre.
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