Guido Cavalcanti (1259 - 1300)
Conforme consignamos na seção em que contamos a origem da família Cavalcanti, Guido Cavalcanti foi um poeta italiano nascido em Florença, contemporâneo de Dante Alighieri e um dos fundadores do "il dolce stil nuovo", escola poética refinada e sutil, caracterizada pela espiritualização do amor. Seu pai, partidário do partido dos guelfos, exilou-se em Lucca após a vitória gibelina (1260) e quando voltou à Florença casou o filho poeta com a filha de um chefe gibelino. Após estudar com o filósofo e professor Brunetto Latini, participou da vida política florentina, fazendo parte do Consiglio del Comune (1284-1290) e lutou pelos "brancos", partido burguês aliado à família Cerchi contra o barão Corso Donati. Preso e exilado, faleceu em Florença, em conseqüência de malária adquirida no exílio. Deixou cerca de cinqüenta poemas e sonetos de amor, vários deles dedicados a duas mulheres: Mandetta, a quem conheceu em Toulouse (1292), e Giovanna, a quem ele chamava Primavera. Com um estilo leve e musical, também compôs várias baladas e canções, entre elas "Perch'io non spero di tornar giamai" (Porque eu não espero voltar jamais), composta no exílio. Sua obra é considerada um marco decisivo da literatura italiana do século XIII.
Foram estes poemas amorosos que antecederam à literatura da cavalaria romântica, dando início assim à decadência moral do Renascimento cultural na Europa.
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