sábado, 22 de março de 2008

UM COMERCIANTE EM APUROS (XIII)



O homem da bengala
A constante de minhas histórias é o aparecimento de um desconhecido que cria problemas; aparece como que do nada, cria o problema, depois desaparece. E pra não fugir da regra... no momento em que estava no balcão, chegou um sujeito de mais ou menos um metro e oitenta, moreno, magro, portando uma bengala de metal e uma peixeira de nove polegadas embrulhada num jornal.
Pôs a faca no balcão e ficou escorado na bengala.
Disse: “Sou irmão do Inspetor Erondino, sou valente, oito soldados não me prendem, quero beber e não vou pagar!
Olhei pra ele e mostrei as prateleiras: “Meu amigo, esta bebida que o senhor está vendo foi comprada, e se o senhor não tiver dinheiro, mesmo que seja Lampião vai sair sem beber!
Ele bateu amigavelmente no meu ombro: “Você é meu amigo, dê-me um cigarro”.
Dei o cigarro... e fiquei pensando comigo mesmo: “Se ele fosse valente mesmo, como é que eu me arranjaria?”Mas graças a Deus mais uma vez me saí bem.

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