terça-feira, 6 de maio de 2008

Depoimento do Sr. Batista sobre a mãe e a árvore da família

Fortaleza, 15 de novembro de 1991.
Deus quis deixar-nos um exemplo maravilhoso, dando-nos na História da Cristandade através da Virgem Maria, o seu Filho Jesus Cristo, nosso Irmão e nosso Salvador; por isto nós também queremos através de nossa árvore genealógica seguir o seu exemplo. Hoje, quando vivemos no mundo cheio de desilusão, que falta fé, falta humildade, as pessoas pensam mais em ter que em ser, e o mais importante na vida do ser humano, que é a fé, vai ficando no esquecimento. Mas, apesar de todas estas incertezas eu ainda considero a nososa árvore forte e salutar, que nos dá força para lutar contra o mal.
A árvore da família tem que ser plantada em terra fértil, e não só isto, mas esta árvore tem que ser bem cultivada e quando se trata da árvore da família a gente tem que seguir todos os princípios cristãos para se ter um resultado positivo. Eu acredito que a árvore de nossa família foi bem estruturada, apesar de alguns estios, pois no desenvolar de nossa história, apesar de tantas dificuldades, mas desde os meus pais de acordo com meus pequenos conhecimentos tudo se baseou nos 10 mandamentos da Lei de Deus. Não quero dizer com isso que foi obedecido todos os preceitos conforme a vontade de Deus, mas sempre permanecemos na fé e na esperança . Este ensinamento eu recebi de minha mãe, ainda quando criança, e conservei até hoje e pretendo levar até o fim.
Quando minha mãe morreu eu tinha apenas 12 anos de idade, e apesar do lugar onde vivíamos as igrejas estarem muito distantes, mas a gente era católica, a minha mãe era casada na Igreja Católica, e mesmo com dificuldade que havia da gente frequentar a igreja, antes dela partir desta vida para a outra já havia me ensinado todas as rezas da Comunhão, e depois que ela morreu eu me sentia frágil, inseguro, sem saber a quem recorrer nas minhas horas de angústias, de tristezas, e mesmo sem ter recebido instruções de catecismo em mim nasceu aquela intuição que devia ter devoção a Nossa Senhora, e cada vez que eu precisava do afeto de minha mãe eu recorria à Minha Mãe do Céu como se Ela substituísse a minha mãe; mas tudo aquilo que eu fazia era sem ter muita consciência do que eu estava fazendo; depois eu fui crescendo e comecei a ler a Bíblia e fui adquirindo algumas certezas do que estava fazendo.Depois que eu me casei passei a frequentar a igreja com mais atividade, pois o pai de minha esposa, apesar de toda sua rudeza, era católico praticante.
Em toda esta longa caminhada, nunca, nada nem ninguém, conseguiu abalar a minha fé, e apesar de todos os meus defeitos Deus sempre estava comigo. A minha vida, como talvez a de todo ser humano, é cheia de prós e contras, a gente passa tantas fases na vida, prazer, alegria, sofrimento, dores, incertezas, contradições, etc., tem os momentos de fraqueza em que a gente se sente inseguro, vacilante, porque a gente às vezes dá mais valor às coisas materiais do que as espirituais. Isto acontece comigo também hoje na minha velhice quando se aproxima o fim. A gente continua um pouco carnal e faz parte da natureza humana, mas tudo isto se você tem fé e esperança em Deus você vence todos os obstáculos. Hoje eu deveria passar o resto da minha vida agradecendo a Deus pelo que tenho e pelo que sou, se possível de joelhos.
Apesar de algumas cruzes que carreguei nas costas, hoje, ao completar os meus 80 anos, eu me sinto realizado, feliz, tenho orgulho da minha família, que me aceita, me compreende, me respeita.
Tenho o prazer de dizer que nenhum dos meus filhos nunca se envergonhou de mim, pelo contrário, sempre me acatam com muito carinho e respeito, o que nem sempre se vê no mundo atual. Mas isto tudo só se consegue se a nossa árvore for bem estruturada na fé e na obediência a Deus.
Meus filhos: nestas horas que já não me restam muito tempo, eu queria que Deus me desse inspiração para falar a vocês palavras construtivas que ficassem como uma lembrança positiva.

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