Por: Juraci Josino Cavalcante
A bondosa disposição para ajudar aos semelhantes
O relato abaixo foi feito pelo próprio Sr. Batista, consignado que está num dos muitos papéis que ele deixou escrito:
“A gente quando nasce parece que traz uma sina ou um dom, não sei bem a palavra certa. É que entre as minhas qualidades que eu tenho, inclusive muitas faltas, defeitos, tem uma coisa que sempre aconteceu comigo desde a minha mocidade. Parece que eu trago uma sina de cuidar de pessoas doentes. Isto desde a minha juventude como agora vou descrever. A primeira pessoa que eu convivi com o sofrimento e a morte foi minha mãe, mas como eu era criança eu apenas assisti, não colaborei em nada. A minha tarefa de cuidar de pessoas doentes começou com o meu pai, fazendo o papel de enfermeiro assistente, mesmo sem entender nada sobre enfermagem eu me dediquei de corpo e alma durante sete meses ao lado do meu pai enfermo, sem lhe abandonar um instante até a hora de sua morte. Depois eu me desloquei numa distância de mais de 20 quilômetros para cuidar de um irmão casado e que não tinha quem cuidasse dele, e ele estava com problemas reumáticos que paralisou todo corpo e só o deixei quando ele se recuperou. Depois ainda fui cuidar de tio, irmão de minha mãe, tio Vicente, que sempre foi meu grande amigo.
Quando cheguei em Fortaleza tive a oportunidade de receber o meu cunhado Zeca Laurindo, que veio do Rio Grande do Norte para minha casa e eu fiquei cuidando dele até o seu falecimento. Depois veio o meu irmão Doca, o mesmo que tinha cuidado dele lá no sertão. Desta vez veio com meningite, internado num hospital faleceu dias depois, isto sem contar com a família, minha esposa que teve internada talvez umas dez vezes. O Assis aos 5 anos com asma, o Jurandir aos primeiros anos com meningite aguda que muito nos preocupou mas Deus quis que ele continuasse conosco até hoje. Depois a Graça aos 7 anos teve um derrame cerebral que chegou a passar 40 dias internada, mas graças a Minha Mãe Santíssima ela recuperou a saúde e viveu até 33 anos de idade, quando faleceu também de derrame. E hoje na minha velhice me considero um chamado de Deus quando, como ministro da Sagrada Comunhão, participo da pastoral do enfermo visitando e levando a Sagrada Comunhão a 12 pessoas idosas e enfermas e isso me faz bem à alma e ao coração”.
Algumas observações devem ser feitas sobre o texto acima. O sr. Batista se engana na idade da Graça quando ela teve o primeiro derrame, não foi aos sete anos, como diz, mas sim aos 11 anos, isto é, em 1961. Talvez ele se engane também quanto à doença do Jurandir quando era criança, meningite, pois em outra oportunidade ele afirma que o Jurandir deu muito trabalho por causa de um crupe. Com relação ao cunhado, Zeca Laurindo, ele deve está se referindo ao esposo de Tia Antonia (uma de suas irmãs), que faleceu em nossa casa quando moramos por algum tempo numa casa que depois ele vendeu ao Nilton e situada na mesma Rua 15 de Novembro, bem próxima ao famoso “Portão da base”.
Ele deixa de mencionar também o quanto lutou para salvar a vida do filho Jair, por duas vezes. Na primeira vez, como relata o filho Jurandir adiante (pág. 128): "Em 1964, Jair, o seu penúltimo filho, foi baleado; encontrava-me em casa, ouvi o estampido e saí correndo. Na rua deparei-me com o papai já com o filho estendido nos braços. O seu rosto era de aflição, de confusão, de desespero. Não sabia o que fazer com o garoto banhado de sangue. O seu coração procurava em acelerado bombear o sangue para a cabeça, de onde deveria sair a solução para essa tragédia. Os músculos tesos, os vincos da face mais profundos, a voz embargada. Era ele a própria figura do pai que tirava o filho dos escombros de um terremoto, a vida se acabava ali se o filho não sobrevivesse".
Na segunda vez por ocasião da doença que foi fatal, durante à qual teve sempre o Sr. Batista ao seu lado, inclusive nos momentos mais sofridos quando chegou a falecer num leito de hospital em São Paulo, em 1979. Antes deste desenlace, entretanto, o Jair causou-lhe ingentes trabalhos e preocupações durante alguns anos com sua doença, sendo internado por diversas vezes e também operado talvez uma dezena de vezes em Fortaleza, sempre com seu bondoso pai, ou sua mãe, ao seu lado.
“A gente quando nasce parece que traz uma sina ou um dom, não sei bem a palavra certa. É que entre as minhas qualidades que eu tenho, inclusive muitas faltas, defeitos, tem uma coisa que sempre aconteceu comigo desde a minha mocidade. Parece que eu trago uma sina de cuidar de pessoas doentes. Isto desde a minha juventude como agora vou descrever. A primeira pessoa que eu convivi com o sofrimento e a morte foi minha mãe, mas como eu era criança eu apenas assisti, não colaborei em nada. A minha tarefa de cuidar de pessoas doentes começou com o meu pai, fazendo o papel de enfermeiro assistente, mesmo sem entender nada sobre enfermagem eu me dediquei de corpo e alma durante sete meses ao lado do meu pai enfermo, sem lhe abandonar um instante até a hora de sua morte. Depois eu me desloquei numa distância de mais de 20 quilômetros para cuidar de um irmão casado e que não tinha quem cuidasse dele, e ele estava com problemas reumáticos que paralisou todo corpo e só o deixei quando ele se recuperou. Depois ainda fui cuidar de tio, irmão de minha mãe, tio Vicente, que sempre foi meu grande amigo.
Quando cheguei em Fortaleza tive a oportunidade de receber o meu cunhado Zeca Laurindo, que veio do Rio Grande do Norte para minha casa e eu fiquei cuidando dele até o seu falecimento. Depois veio o meu irmão Doca, o mesmo que tinha cuidado dele lá no sertão. Desta vez veio com meningite, internado num hospital faleceu dias depois, isto sem contar com a família, minha esposa que teve internada talvez umas dez vezes. O Assis aos 5 anos com asma, o Jurandir aos primeiros anos com meningite aguda que muito nos preocupou mas Deus quis que ele continuasse conosco até hoje. Depois a Graça aos 7 anos teve um derrame cerebral que chegou a passar 40 dias internada, mas graças a Minha Mãe Santíssima ela recuperou a saúde e viveu até 33 anos de idade, quando faleceu também de derrame. E hoje na minha velhice me considero um chamado de Deus quando, como ministro da Sagrada Comunhão, participo da pastoral do enfermo visitando e levando a Sagrada Comunhão a 12 pessoas idosas e enfermas e isso me faz bem à alma e ao coração”.
Algumas observações devem ser feitas sobre o texto acima. O sr. Batista se engana na idade da Graça quando ela teve o primeiro derrame, não foi aos sete anos, como diz, mas sim aos 11 anos, isto é, em 1961. Talvez ele se engane também quanto à doença do Jurandir quando era criança, meningite, pois em outra oportunidade ele afirma que o Jurandir deu muito trabalho por causa de um crupe. Com relação ao cunhado, Zeca Laurindo, ele deve está se referindo ao esposo de Tia Antonia (uma de suas irmãs), que faleceu em nossa casa quando moramos por algum tempo numa casa que depois ele vendeu ao Nilton e situada na mesma Rua 15 de Novembro, bem próxima ao famoso “Portão da base”.
Ele deixa de mencionar também o quanto lutou para salvar a vida do filho Jair, por duas vezes. Na primeira vez, como relata o filho Jurandir adiante (pág. 128): "Em 1964, Jair, o seu penúltimo filho, foi baleado; encontrava-me em casa, ouvi o estampido e saí correndo. Na rua deparei-me com o papai já com o filho estendido nos braços. O seu rosto era de aflição, de confusão, de desespero. Não sabia o que fazer com o garoto banhado de sangue. O seu coração procurava em acelerado bombear o sangue para a cabeça, de onde deveria sair a solução para essa tragédia. Os músculos tesos, os vincos da face mais profundos, a voz embargada. Era ele a própria figura do pai que tirava o filho dos escombros de um terremoto, a vida se acabava ali se o filho não sobrevivesse".
Na segunda vez por ocasião da doença que foi fatal, durante à qual teve sempre o Sr. Batista ao seu lado, inclusive nos momentos mais sofridos quando chegou a falecer num leito de hospital em São Paulo, em 1979. Antes deste desenlace, entretanto, o Jair causou-lhe ingentes trabalhos e preocupações durante alguns anos com sua doença, sendo internado por diversas vezes e também operado talvez uma dezena de vezes em Fortaleza, sempre com seu bondoso pai, ou sua mãe, ao seu lado.
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