segunda-feira, 8 de junho de 2009

Visconde de Pirajá: um herói esquecido

Um dos maiores heróis da luta de independência havida no Brasil foi o Conde de Pirajá, cujo nome o coloca como um dos membros da família Cavalcanti. Era um dos descendentes da família Garcia D'Ávila, que construiu o famoso "Castelo da Torre", ou a "Casa da Torre de Garcia D'Ávila", como é ainda hoje chamado. Segundo estudiosos seu nome era composto desta forma; 1 - "Antonio": Nome constante da Certidão de Batismo 2 - “Antonio Joaquim Pires de Carvalho e Albuquerque” - Nome constante do Decreto Imperial de D. Pedro I, que criou o título de Barão da Torre de Garcia D'Avila, identificado, nobiliarquicamente, como nome "oficial", para titulação, não impedindo que o titular usasse outros nomes de famílias das quais descendia, como era muito comum na época, até como prova para possíveis heranças. 3 - "Antonio Joaquim Pires de Carvalho e Albuquerque Cavalcanti Machado de Avila Pereira"– Nome usado largamente pelo Visconde da Torre, identificando e registrando famílias ascendentes, como consta de inúmeros documentos oficiais, como procurações, requerimentos, atestados, registros de propriedades, etc
Patriota exemplar, o Visconce de Pirajá lutou contra as tropas portuguesas, vindo a comprometer todos seus recursos financeiros, gado e bens de família para financiar o confronto. D. Pedro I reconheceu os inestimáveis serviços que o mesmo prestou à Pátria e concedeu-lhe o título de "Visconce de Pirajá", haja vista sua intensa atuação na "guerra de pirajá", ocasião em que desbaratou as tropas portuguesas. Tal título, porém, não foi suficiente para recuperar sua fortuna, pois naquele tempo os homens recebiam títulos por seus valores morais e nunca por causa de fatores econômicos: nenhuma recompensa pecuniária foi dado pelo Governo ao herói, que morreu pobre.
No fim de sua vida o Visconde de Pirajá ficou doente mentalmente. Sua família desterrou-o numa de suas fazendas ou sítios que ainda restavam, mas sua loucura piorava a cada dia. Era necessário levá-lo à Salvador para tratamento de saúde, mas o mesmo se recusava obstinadamente. Só obedeceria a uma ordem do Imperador, a quem tinha verdadeira veneração. Apresentou-se a ele, então, um amigo, montado a rigor com as insígnias e roupas de mensageiro imperial, lendo uma pretensa ordem de seguir imediatamente para Salvador,"por ordem do governo imperial, D. Pedro I". Respondeu o visconde; "sendo por ordem do Imperador, então irei". E seguiu pacificamente para o manicômio, onde viveu o resto de seus dias. Faleceu a 29 de julho de 1848, 25 após a guerra de independência. O fabuloso e fortificado"castelo", que era também casa senhorial, encontra-se hoje em ruínas como se vê na foto ao lado.

5 comentários:

  1. Olá, Senhor Juraci.

    Comecei pesquisa genealógica há pouco tempo e há algo em minhas descobertas que me deixa com a pulga atrás da orelha.

    No ano de 1857, meus trisavós Joaquim Rodrigues Pinto e Alvina Luiza Caxoeira se casaram no oratório particular na casa dos Barões de Pirajá. Ambas as famílias eram abastadas e viviam na Freguesia de São Pedro, em Salvador. O noivo, por um lado descendia de uma família portuguesa recém chegada ao Brasil e, pela parte materna, seu avô se chamava Manoel Botelho Carneiro de Mattos Guerra. A família da noiva era Caxoeira e Sant'Anna.

    Bom, minha curiosidade, sabendo que geralmente se casavam em oratórios particulares na casa de parentes, é: Por que os noivos sairiam do centro da cidade para se casarem na casa do Barão de Pirajá? o senhor, conhecedor da genealogia do Visconde de Pirajá, saberia dizer se essas famílias citadas se entrelaçam à dele?

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  2. Olá, Sr. Machado.
    Tudo indica que, pelos sobrenomes citados, não há entrelaçamentos entre estas famílias. No entanto, para se ter uma certeza maior seria necessário uma pesquisa mais detalhada, talvez em cartório.
    O dado que o senhor fornece sobre o local deste casamento é muito curioso, porque, realmente, deveria haver um forte motivo para estes noivos saírem do centro de Salvador para realizar o casamento na residência do Visconde de Pirajá, supondo-se que nessa época ainda residia no famoso Forte de Garcia d'Ávila.

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  3. Muito obrigado pela resposta. Só agora a vi. Eu tenho pesquisado, mas não consegui encontrar ainda alguma informação sobre o fato.
    De qualquer forma, muito obrigado pela atenção.

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  4. Sr Juraci Cavalcante, em minhas pesquisas, soube que existiu um Encapelado de São Gonçalo, pertencente ao Barao de Pirajá que o vendeu em 1883 ao Dr João dos Reis de Souza Dantas. O senhor tem algum conhecimento sobre tal fato? Pois o jornal da época não apresenta condiçôes para ismiuçar a pesquis. Apenas o tituto da materia que pude ler. Caso tenha dados, por favor faça um comentario. Obrigado.

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  5. De momento não me recordo de ter lido sobre isso No entanto, após retorno de viagem vou remexer nas anotações e livro sobre a matéria. Encontrando algo o informarei.

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