quarta-feira, 22 de julho de 2009

Aniversário de D. Raimunda; momentos inesquecíveis

Seu sobrinho, o Coronel João Bosco e sua esposa vieram de Natal para a festa de D. Raimunda.
Abaixo, vemos suas duas irmãs presentes à festa: Tia Telina e Tia Maria José (esta última, vindo de tão longe, Florianópolis).

Homenagem à minha mãe após seus noventa anos:

Mamãe,

Dê-me sua bênção!

Nossa imaginação é muito fértil. É através dela que principiamos a realizar nossos sonhos. Nós pensamos, imaginamos, criamos na mente todo um programa de vida ou alguma idéia maravilhosa. Somente após isso é que começamos a executar nossos ideais.

Relembrando hoje o seu passado, a senhora não se lembra de quantos sonhos ele foi feito? Lembra-se de seus sonhos de criança, de seu tempo da juventude ou até mesmo da época de sua maturidade? Como foi que estes sonhos nasceram e se desenvolveram na sua mente? Pela imaginação.

Mas a imaginação não faz apenas isso. Ela também produz idéias que podem prejudicar os nossos mais fabulosos sonhos. Sim, às vezes imaginamos que tudo vai dar errado, que as coisas não vão bem daquela ou de outra forma, que as pessoas não gostam tanto da gente como dizem, etc. E a mente também fabrica pessimismos, desânimos, falta de esperança no porvir, etc.

Quantas e quantas vezes a senhora não pensou desta forma? Quantas vezes imaginou que tal pessoa não gostava da senhora, que tal coisa não ia dar certo por isto ou por aquilo, e depois descobria que tudo não passava de uma imaginação negativa. As coisas às vezes aconteciam diferente daquilo que a senhora imaginava, não é verdade?

Isto que falei acima, nossa imaginação, poderíamos chamar do “mundo virtual” de nossa personalidade humana. Porque a realidade nem sempre é aquilo que imaginamos. Às vezes vivemos mais no mundo virtual do que no da realidade palpável, concreta, do dia a dia.

O mesmo pode-se dizer de nossas preferências, daquilo que amamos. Normalmente, nós amamos coisas concretas, palpáveis e reais, mas também gostamos de coisas existentes apenas na imaginação. Há, portanto, um amor que se chamaria de platônico, sonhador, romântico (no sentido de ilusório), e um outro realista e concreto. Um que não sai do imaginário, de sonhos, de ideais utópicos, e outro que está presente na nossa vida como coisa concreta, real, composto de pessoas e fatos que nos acompanham a onde a gente for.

Agora surge a pergunta: por que estivemos aí? Por causa de alguma imaginação utópica, algo de ilusório, de virtual, ou de alguma coisa concreta e visível?

Todos já sabem a resposta: estivemos aí porque fomos manifestar o nosso amor desinteressado e real à nossa mãe, nossa avó, nossa bisavó, a qual tem tantos outros títulos honrosos de afinidades com os que estiveram lá presentes , como o de sogra, de tia, de irmã, etc.

Minha mãe. A senhora deve ter usado muito sua imaginação nesses últimos dias. Mas será que imaginou que havia tanta gente que a ama? E que o amor destas pessoas não é imaginário, mas muito real? Para prová-lo, muitos tiveram sérias dificuldades para realizar uma viagem de tão longe, mas assim mesmo foram a Fortaleza para, junto com os demais, lhe oferecer algo que nem o rei mais poderoso do mundo pode dar: um momento de felicidade.

Amar de verdade é o fato de fazer uma pessoa feliz, tornando-se feliz também em ver na outra a realização de seu afeto. E quando olhamos um para outro dentro dos olhos, deitando neste olhar todo nosso afeto, toda nossa benquerença, realizamos nos fatos aquele ato de amor que nossa imaginação idealizou anteriormente.

Sim, o nosso olhar pode, e deve, ser acompanhado por outros gestos, como um abraço caloroso, um sorriso festivo e alegre, até mesmo algum símbolo material como algum presente. Mas nada substitui a nossa presença. Se todos quisessem manifestar este amor, por exemplo, via internet, por e.mails, por orkuts,etc., não passaria de uma coisa frustrante para a mamãe. Seria o mais virtual dos gestos virtuais. Tanto mais que ela nem gosta dessas coisas, não é verdade? E estando lá presente, ao vivo como diz, realizamos o mais real do mais legítimo amor verdadeiro. E isto somente com nossa presença e nada mais...

Das pessoas que estiveram ausentes, nossa lembrança (e portanto lá vai mais imaginação!) recorda nossos saudosos familiares falecidos, nosso pai e nossos irmãos. Dos irmãos há pouca lembrança do primeiro Jurandir, falecido com apenas dois anos, mas há muita memória do Jair e da Gracinha, com quem todos os outros irmãos conviveram toda suas vidas. Lembramo-nos principalmente de nosso querido pai e seu esposo; e por isso repito aqui aquela poesia que ele compôs em suas bodas de ouro:

Mamãe, nós a amamos muito e queremos viver junto com a senhora muitos anos ainda para poder manifestar este amor mais vezes no futuro.

Somos, por enquanto, 6 filhos, 21 netos e 15 bisnetos, além de duas irmãs, cinco noras e uma grande quantidade de parentes e amigos.

Receba a nossa sincera homenagem de um grande amor.

Filial e amorosamente.

Filhos: João Neto, Assis, Franciné, Juraci, Jurandir, Antonio.

Netos:

Netinho: 3;

Assis: 4

Franciné: 2

Juraci: 4

Jurandir: 2

Gracinha: 2

Antonio: 4

Total de Netos: 21

Bisnetos:

- de João Francisco – 2

- de Celina – 3

- de Hélcio – 2

- de Raniele - 1

- de Liângela – 2

- de Rosângela – 1

- de Reginaldo – 1

- de Rômulo – 1

- de Rafael – 1

- de Bárbara – 1

= Total - 15


BODAS DE OURO

Por: Francisco Batista Cavalcante

Em 17-01-1987


Cinqüenta anos se passaram

De sonhos e fantasia

Às vezes sonhando acordado

Às vezes quando dormia


No começo tudo era rosa,

Rosa ainda em botão,

Que aos poucos foi se abrindo

De dentro do coração.


Com o tempo a rosa fechou,

Surgiram os frutos do amor,

Com base na Lei de Deus

Que é o nosso Criador.


Os frutos se separaram

Já no tempo da colheita,

Muitos rebentos vingaram,

E a raiz ficou perfeita.


Era ainda muito jovem,

Mas sabia o que queria,

A vida estava incompleta,

Faltava uma companhia.


Encontrei, pois, a Raimunda

E tomei uma decisão

Nos unirmos para sempre

Com amor e doação.


A vida estava incompleta,

Mas, gerado com carinho,

Nasceu o primeiro fruto:

Nosso querido Netinho.


Começava nova vida,

E como era já esperado

Veio o segundo, o Assis,

Tornando o lar abençoado.


O terceiro, Jurandir,

Que era linda criança,

Só três anos, Deus o levou...

Nunca saiu da lembrança.


O quarto, o Franciné

Que é também muito querido

Possui um bom coração

E é o mais extrovertido


Bem, todos aqui nasceram

No Rio Grande do Norte

Viemos para Fortaleza

Pois, para tentar nova sorte


Nasceu nesta o quinto filho,

Com a ciência de Davi

E a paciência de Job,

Que é o nosso Juraci.


O segundo Jurandir

Que é o sexto na feitura,

É o gênio da família,

Mas só em literatura.


O sétimo, uma Gracinha

A filha que eu mais queria,

Viveu só trinta e três anos...

De tristeza ela vivia.


O oitavo foi o Jair,

Criança que a gente amou,

Com vinte e cinco somente

Para o Céu Deus o levou.


O último, o Toinho

Pra completar a jornada,

Esteve em nosso ninho

Ao final da caminhada


Depois vem mais dois filhinhos

Que com a gente hoje caminha,

Ao final da caminhada.

O André e o Daniel

O dois filhos da Gracinha


Se distingo cada um

É maneira de expressão

Pois todos formam um conjunto

Dentro do meu coração.

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