terça-feira, 24 de junho de 2008
segunda-feira, 23 de junho de 2008
Na Bahia, o São João tem até "guerra" de espadas
É espantoso ver o espetáculo da "guerra de espadas" aqui na Bahia. O sujeito fica realmente com medo. Mas é bonito para se ver de longe. Se você tiver coragem, pode entrar no meio da brincadeira, nunca correr da espada (dizem que o vento a atrai para cima da pessoa) e até mesmo pegar a "bicha" e jogar nos outros. Mas é preciso muita coregam e destreza, sob pena de sair com algumas perigosas queimaduras. Veja no vídeo acima.
São João, uma festa genuinamente nordestina
Quem não se lembra das fogueiras acesas em nossa infância, quando nosso pai as fazia naquela famosa calçada da casa situada na Rua 15 de Novembro? Bons tempos aqueles... O vídeo acima já circulou pelos canais de TV alguns anos atrás. É ilustrativo da festa junina em todos os estados nordestinos. Vale a pena vê-lo de novo.
sábado, 21 de junho de 2008
Origens remotas da família Paiva
Os portadores do nome de família Paiva não poderiam imaginar que, pelo ano 711, os muçulmanos da África do norte conquistariam a maior parte da península. Os membros da família Paiva que foram suficientemente afortunados de viver no norte de Portugal, encontraram-se no que se chamava de "Condado de Portugal", única região que não fora conquistada pelos muçulmanos. Essa região serviu como base para a reconquista cristã do resto do país, uma reconquista que, sem dúvida, foi apoiada pelos patrióticos membros da família Paiva. Lisboa foi conquistada pelos muçulmanos no século VIII e foi sob seu domínio que a cidade ficou conhecida como variações de Lisboa, Luzbona, Lixbuna, Ulixbone e Alissíbona. Alguns especialistas sustentam que os muçulmanos tomaram este nome de um conquistado castelo romano, mas os historiadores dessa cidade sugerem que derive do português "Água boa".
Portadores do nome de família Paiva, que foram contemporâneos do rei Afonso III, viveram em uma época que viu o atual reino de Portugal reconquistado. A dinastia Avia, que ascendeu ao trono em 1383, fundou uma das primeiras monarquias centralizadas da Europa Oriental, por meio da qual se desenvolveu, efetivamente, a riqueza do país, em parte para subsidiar o programa de exploração, o qual, eventualmente, levou ao estabelecimento de um império colonial. Sem dúvida, esses antecessores, segundo pesquisadores de aventuras da linhagem Paiva, contribuíram para a criação e crescimento deste vasto império.
O sobrenome Paiva, antigo e ilustre sobrenome português, pertence à categoria de sobrenomes os quais são considerados como sendo de origem habitacional, provindo do nome de um rio em Portugal. A expressão "nomes habitacionais" é usada para descrever aqueles nomes de família os quais tem sua origem no local de residência do portador inicial. Em alguns casos, tais nomes são derivados do nome da cidade ou região onde o portador original foi nascido, residia ou possuía terras. Na Europa Medieval, antes que um sistema estruturado de sobrenomes fosse estabelecido, era prática comum o uso de um segundo nome, o qual servia como meio de distinguir pessoas que possuíam o mesmo nome de batismo. Com relação ao sobrenome Paiva, é também nome de um rio que deságua no famoso rio Douro em Portugal. Iniciou-se esta família de uma das cinco grandes linhagens portuguesas, pois provém de Dom Arnaldo Baião, que morreu de uma seta no cerco de Viseu. Seu primogênito (*), João Soares de Paiva, senhor da Quinta de Paiva, tomou para si este nome, daí a origem da família Paiva. Servindo aos reis de Portugal, como magistrado e homem das leis, foi feito nobre da corte e recebeu seu brasão de armas que consta do "Livro do Armeiro-Mor". Uma das mais antigas referências a este nome ou a uma variante é o registro de Antônio Paiva, compositor português citado em 1550.
Portadores notáveis do sobrenome Paiva foram, entre outros: Miguel de Paiva, pintor real citado em 1641; Dionísio Antônio de Paiva, escritor português citado em 1797; Sebastião de Paiva, teólogo português, falecido em 1559; e Manuel José de Paiva, escritor e jurista português, nascido em 1706. No Brasil, encontramos os registros de Maria Paiva, filha de João Álvares Paiva e Antônia Maria Nunes, batizada em São Paulo no dia 14 de novembro de 1762; e Alexandrina de Paiva, filha de José Francisco de Paiva e Anna Francisca, batizada em Aiuruoca, Minas Gerais, no dia 9 de julho de 1860.
Durante o século XII, os sobrenomes, tanto dos portugueses como os espanhóis, tais como o da honorável família Paiva, foram estabelecidos. Não obstante, a princípio, só foram utilizados por membros da nobreza, da armada e do clero. Muitos deles têm origem em nomes de lugares, povos e castelos conquistados por um cavaleiro ou um senhor feudal. Portanto, se um antepassado da família Paiva ajudou ao rei na conquista de certo castelo ou povo, foi-lhe concedido um brasão de armas ante suas façanhas, adotando como hereditário o nome do castelo ou cidade em particular. Ele e sua família consideraram este nome como um emblema de honra, que foi passado de uma geração a outra.
(*) Alguns autores defendem a tese de que João Soares de Paiva era penta-neto de D. Arnaldo Baião.
quinta-feira, 19 de junho de 2008
quarta-feira, 18 de junho de 2008
Homenagem póstuma de um filho
Fácil para os filhos acreditarem na imortalidade... do pai. Não para o médico. Enquanto os filhos dão anos de sobrevida ao pai doente, o médico o tem como terminal, à primeira vista. Em que se baseia o discípulo de Hipócrates? Na idade, na aparência, no modo de andar, nos sofrimentos estampados na face. Trata-o com desinteresse, com desdém, quase a dizer: “Velho, você não tem mais jeito, a medicina não tem tempo a perder com você”. E os filhos, olhando para aquele sangue do seu sangue, impotentes, engolem seco, mas não se conformam com tão dura sentença, pensando: Vamos começar a “via-sacra”, mas ele se cura.
Bocage, que fez ao médico vários epigramas irônicos, deixou-nos um retrato desse profissional, de quem se exige um sacerdócio, em nome da bondade, do amor, da fraternidade, em benefício do homem:
“A morte um dia enjoou-se
Dum nome, que se abomina;
Quis o azedume adoçar-lhe,
E crismou-se em Medicina.
Um médico, antiga peste
Do triste gênero humano,
De costumado a enganar-se
Pôde acertar por engano.
Lê-se numa sepultura
De antiguidade Afonsina:
“Aqui jaz quem não jazera
Se jazesse a Medicina”.[1]
Não vou afirmar que o nosso bardo português prescindiu desse profissional que, tanto quanto os outros, carrega os defeitos do Homem. Mas, insisto, não é na Medicina e sim no médico que se faz necessária uma reforma profunda, que o faça chegar mais próximo do paciente, sem receios, sem preconceitos, sem mais interesses que o de servir ao próximo.
Papai doente teve de ir ao médico, via preferencial para quem perdeu a saúde. Iniciou com um geriatra, que é o clínico geral do ancião.
Os três filhos que o acompanhavam olhavam para o homem como a exigir um milagre, queriam o velho pai curado. Mandou deitá-lo na maca, fez-lhe algumas perguntas bestas, prescreveu um tratamento. Havia uma distância abissal entre os dois. Um que gritava por socorro do fundo do abismo, o outro que estendia displicentemente a mão. Este dizia: “Fica aí, velho, este é o lugar que lhe está reservado”. Enquanto o padecente apenas falava com os olhos e com os gemidos que saíam do pulmão. Para a assistência ansiosa, angustiada, eram as primeiras cenas do “longa-metragem” que deveria ter a duração de quatro tristes meses.
Frustrados, saímos para a segunda estação: Urologia, pois parecia que o problema se circunscrevia à cavidade pélvica. O tratamento não foi diverso, e igualmente não foi diverso o crédito à tão buscada cura. Ortopedia, terceira estação. A base da coluna, que conduzira esse corpito magro, ágil, andejo, perdia agora a sua firmeza, fraquejava. Mas os raios X só aumentaram a incógnita. A partir daqui, multiplicaram-se as estações, com idas e vindas sofridas, pesadas, sem resultados satisfatórios. Papai diria, como um cordeirito que segue, cabisbaixo, para o abatedouro, e com seu costumado bom humor: “Quem porfia sempre alcança”. A dizer, em resposta à incompetência da medicina, que, unânime, bradava: “Quando o mal é de morte, o remédio é morrer”.
Para o bem da verdade, o mal será sempre de morte, será sempre incurável, enquanto não houver homens de espírito fraterno, almas verdadeiramente franciscanas ou camilianas, taumaturgos mesmo manipulando essa arte de fazer o bem, de curar, às cegas, sem ver a quem.
[1] Obras, Lello.
Natureza musicada
Em que pese o mau gosto da música, vale a pena ver as belas paisagens mostradas no video acima.