terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Venerável Pierre Toussaint, rogai pelo Haiti!


Nascido no Haiti, o Venerável Pierre Toussant poderá realizar muitos milagres que possibilitem sua beatificação e futura canonização. O pobre Haiti tem ele como o principal candidato a santo, além de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro como Padroeira.
Vejam sua história:
Pierre Toussaint era conhecido como um homem exemplar na cidade de Nova York durante a primeira metade do século XIX. Mary Ann Schuyler, da rica família Schuyler , ecoou o sentimento popular quando o chamou de "Saint Pierre"

Pierre nasceu escravo no Haiti, por volta de 1778. O Haiti era, então, a mais rica colônia francesa no Caribe, graças às suas plantações numerosas. Pierre e sua família pertenciam ao Sr. Jean Berard. A maioria dos escravos trabalhava nos campos produtores de açúcar, café, anil, tabaco e frutas, mas Sr. Berard, que tinha grande apreço por Pierre, o designou para trabalhar em sua residência. Ali se ensinou a ler e a escrever. Sr. Berard cuidava para que os seus escravos praticassem a fé católica, e escolheu sua filha como madrinha de Pierre.

Em 1791, veio a grande revolta dos escravos no Haiti. Muitas atrocidades foram cometidas em ambos os lados até que as tropas francesas se retirarem, finalmente, em 1797. Jean Jacques Berard, que sucedeu a seu pai, decidiu ir para Nova York esperando que o clima na iha se acalmasse. Levou consigo a esposa, suas duas irmãs, cinco escravos, e fundos suficientes para manter a casa por um ano. Entre os escravos que foram estavam Pierre e sua irmã Rosalie, que nunca mais viram o resto de sua família.

Em Nova York, Berard conseguiu que Pierre se tornasse aprendiz do Sr. Merchant, um dos melhores barbeiros da cidade. Pierre progrediu rapidamente e revelou um grande talento para a elaboração dos penteados da época. Os clientes começaram a designá-lo pelo nome e rapidamente se tornou o estilista das damas famosas das famílias Schuylers, Hamiltons, La Farges, Binsses, Crugers, Hosacks e Livingtons. Pierre era muito estimado por sua discrição e comportamento.

Em 1801, o Sr. Berard queria voltar para a sua plantação tentando salvar o que podia do seu estado, mas logo percebeu que todos os seus bens se encontravam irremediavelmente perdidos. Acabou morrendo de pleurisia.

Os negócios dos Berard, em Nova Iorque, também fracassaram. A viúva, então, se viu em grande pobreza. Desesperada, implorou a Pierre que vendesse as suas jóias. Em vez disso, Pierre, discretamente, sem ninguém saber, assumiu todas as despesas da casa com o seu salário de cabeleireiro.

Em 1802, a viúva de Berard se casou com Gabriel Nicolas, um músico pobre, mas depois de alguns anos caiu enferma. Em seu leito de morte, em 2 de Julho de 1807, concedeu a Pierre a sua liberdade.

Em 1811, Pierre já tinha guardado dinheiro suficiente para pagar a Nicolas a liberdade de Roselie, sua irmã. Só então se sentiu capaz de propor casamento a Juliette Noel, uma mulher vinte anos mais jovem e cuja liberdade havia comprado para evitar que fosse vendida no sul. Eles se casaram em 5 agosto de 1811. Ocuparam, assim, o 3 º andar da casa de Nicolas, enquanto Pierre matinha economicamente todo a residência. Nicolas, posteriormente, foi transferido para o Sul e, alguns anos depois, Pierre comprou uma casa e transferiu a família para a Franklin Street.

Rosalie também se casou, mas o marido a abandonou deixando-a grávida e doente com tuberculose. Pierre e Julieta a receberam em casa, mas acabou morrendo em 1815, logo após o nascimento de sua filha, Eufémia. Os Toussaint adotaram a órfã. Apesar de sobrevier e de ter se tornado na alegria de seus tios, Eufémia também ficou doente com tuberculose e morreu em 1829. Sua morte fez com que Pierre mergulhasse numa grande tristeza. Somente a sua disciplina diária - que incluía Missa todos os dias – o ajudou a continuar.

Ao longo dos anos, Pierre assistiu silenciosamente a várias mulheres que se encontravam em necessidade. Os Toussaint também providenciaram asilo, alimentos e roupas para muitas crianças negras e ajudaram a encontrar treinamento e trabalho. Sua casa era também a casa para os sacerdotes pobres e diversos viajantes. Pierre arrecadava dinheiro para instituições civis de caridade, inclusive para um orfanato dirigido pelas Irmãs de Madre Seton. Ele também ajudou a arrecadar dinheiro para a construção da Catedral de St. Patrick.

Quando, no verão, a cidade de Nova York sofreu com as pragas da febre amarela e cólera, Pierre arriscou ser infectado para cuidar dos doentes. Os Toussaints apoiavam às Oblatas da Providência (ordem religiosa dedicada à educação de crianças negras nos EUA) e mais tarde tornaram-se benfeitores do Colégio de São Vicente de Paulo, a primeira escola católica para meninos afro-americanos em Nova Iorque.

Em 1851, Juliette morreu de câncer e Pierre sofreu muito com a sua partida. Acabou ficando doente, morrendo em 30 de junho de 1853. Esse homem humilde tocou os corações de tantos nova-iorquinos que seu funeral foi acompanhado por milhares de pessoas. Toussaint foi enterrado ao lado de Juliette e Eufémia, no cemitério de St. Patrick, em Mott Street.

Em 1990, seus restos mortais foram transferidos para a cripta da Catedral de St. Patrick. Em 17 de dezembro de 1996, Sua Santidade João Paulo II concedeu o título de "Venerável” a Pierre Toussaint, declarando, assim, que a vida deste notável homem é digna da nossa imitação.
(Querendo ler uma biografia mais detalhada clique aqui: Pierre Toussaint)

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