quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Conheça mais sobre Portalegre

Conforme nossa postagem anterior, "O sertão do alto-oeste potiguar se faz representar em Natal", a cidade de Portalegre é a que vai ter mais filhos naquele encontro citado. Damos abaixo as principais informações sobre aquela bela cidade. Pelo relato, podemos ver que suas origens se assemelham muito a de outras cidades próximas, como já mencionamos as de Caicó.
O Município de Portalegre está situado no Alto Oeste, na chamada Tromba do Elefante, porção central da Microrregião Serrana do Estado do Rio Grande do Norte, a uma distância da Capital de 350 km por via rodoviária, através da BR-405 (Pau dos Ferros – Mossoró) e da BR-304 (Mossoró – Natal).

Surgiu a partir do avanço de currais de gado que se aproximaram da Ribeira do Açu/Apodi no final do século XVII. Manoel Nogueira Ferreira, nascido na Freguesia de Nossa Senhora das Neves - Paraíba, e familiares juntamente com outros posseiros construíram nos idos de 1680, currais de gado e situaram fazendas de criar à margem da Lagoa de Itaú ou Upanema, com domínio de terras extensivas até a Lagoa do Apodi.

Em 1706, os índios Paiacús “assolavam” a Ribeira do Apodi causando prejuízos aos criadores, insatisfação essa que se deu na realidade, uma vez que viram a sua terra ser “invadida”. Esses prejuízos causados fez com que o Capitão Antonio Mota Ribeiro e outros criadores dirigissem queixas ao Governador solicitando providências no sentido de retirar os índios para outro local.

Procurando fugir desse ambiente hostil, Manoel Nogueira subiu a Serra dos Cabeços do Podi, no intuito de procurar um local tranqüilo onde pudesse estabelecer sua propriedade para criar e plantar. Entre dois olhos d’água perenes existentes na chã da Serra (sabemos que se trata da Bica e Brejo), ele fincou dormentes (marcos) de madeira de quatro faces delimitando uma faixa de terra onde hoje se encontra a cidade de Portalegre. Em função desses dormentes a Serra fica conhecida como Serra dos Dormentes.

Falecendo Manoel Nogueira, em 1715, sem ter conseguido do Governo a Concessão das terras, este foi o pai de D. Margarida de Freitas. Nos idos de 1740 os irmãos portugueses Carlos Vidal Borromeu e Clemente Gomes d’Amorim, vieram a fixar-se na Serra, o primeiro casou-se com D.Margarida de Freitas. Com essa união conjugal foi possível requerer a posse das terras, através das Cartas de Data e Sesmarias, e estabeleceram-se com fazenda de criação de gado e agricultura de subsistência.

Em 1750 falece Clemente Gomes d’Amorim, ficando as Concessões a pertencer a seu irmão Carlos Vidal Borromeu, tornando-se seu único herdeiro e sucessor, e também Sargento-Mor Regente da Serra. Por conseqüência disso e pela Regência que o Julgado do Açu exercia sobre a Serra, esta passa a chamar-se “
Serra do Regente”.

Como verificamos nos relatos das origens de Caicó, a devoção à Sant'Ana começava a incrementar o desenvolvimento da região. Em 1752, adoecendo D.Margarida, esposa de Carlos Vidal Borromeu, fizeram votos a N.Sra. de Sant’Ana, que se ficasse boa, doariam 200 (duzentas) braças de terra, em cima da serra, entre os dois olhos d’água (hoje “Bica e Brejo”), construiriam uma capela para a referida Santa, doaria mais uma parte do Sítio Passagem Velha, e meia dúzia de rezes para situar no lugar. Ficando D.Margarida restabelecida, os votos foram cumpridos. Construíram a Capela em homenagem a Sant’Ana. É nesse período que a Serra passa a se chamar “Serra de Sant’Ana”.

Em 1761, o Juiz de Fora de Olinda, o norte-alentejano, Dr. Miguel Carlos Caldeira de Pina Castelo Branco, veio incumbido de aldeiar os índios e fundar a Vila. O local de instalação seria na Missão do Apodi; no entanto, por várias insatisfações dos colonos da região, que não queriam os índios por lá, foi dada a sugestão de aldeiá-los na Serra do Martins, todavia os moradores (desta) não se sentiram confortáveis em abrigar a Missão, acataram, para tanto que o aldeiamento fosse na Serra do Regente ou Sant’Ana. Dessa forma, o Juiz Castelo Branco, a 21 de outubro de 1761, informava em carta ao Governador de Pernambuco os trabalhos para a implantação da Vila de Portalegre na respectiva Serra.

A origem do topônimo: primeiro devemos levar em consideração o fato de que no período Colonial era comum colocar o nome de cidades e vilas que fossem se originando com o nome de cidades portuguesas. O Juiz Caldeira, quando se deparou com região serrana da ribeira do Apodi, com certeza veio em sua mente a sua terra natal, o Norte do Alentejo, onde existe uma Portalegre. As coincidências morfológicas vieram a contribuir para propiciar o nome da Portalegre portuguesa à Vila que seria oficialmente instalada por ele. Nesse sentido, o Juiz fundou oficialmente a Vila de Portalegre a 08 de dezembro de 1761, sendo a 3ª Vila da então Capitania. A frase “é uma porta alegre do sertão” está mais para folclore. Portanto, imagine que encantado com a região, com certeza deve ter pensando ou dito “essa terra é muito semelhante à Portalegre Norte-Alentejana”, e como diz o seu pentaneto, o Prof. Martinó, ele deve ter pensado “isto é Portalegre”.

No entanto, não podemos esquecer que se a fundação da nova Vila ocorresse no local originário da Missão, ou seja, Apodi, o nome seria, veementemente, Portalegre, haja vista que quem designava os nomes das novas vilas criadas eram os seus fundadores.
Assim a 08 de dezembro de 1761, é instalada a Vila de Portalegre pelo Juiz Miguel Carlos Caldeira de Pina Castelo Branco, sob a invocação do Santo Patrono do dia: Nossa Senhora da Conceição. Além da Freguesia invocar Nossa Senhora da Conceição, também tinha como Santo Patrono São João Batista, uma vez que este era o Patrono da antiga Missão do Apodi.
FONTE:
Núcleo de Pesquisa Histórica – NPH


Para quem não gosta de ler, temos dois vídeos que falam sobre as origens de Portalegre. O primeiro, divulgado pelo Videolog, pode ser acessado apenas clicando na palavra grifada. Mas, extraídos do Youtube , você pode ver também os vídeos abaixo:





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