domingo, 24 de fevereiro de 2008
Últimos dias do poetinha e sua neta distante
Iniciava-se o ano de 1995, poucos dias faltavam para seu falecimento. Em seu leito de dor, recebia em casa os familiares distantes que o visitavam. Dia 03 de janeiro, ele chama sua neta, Carla, e dita para ela os seguintes versos que havia escrito numa folha de um caderno em sua homenagem já há algum tempo:
Minha netinha formosa
Ventura dos dias meus
És linda como uma rosa
Do belo jardim dos céus
O brilho do teu olhar
Tem tanto, tanto carinho
E o teu doce falar
É o canto do passarinho
Este riso que me prende
Tem meiguice, tem candor
Ai! Como teu riso acende
Na face belo rubor
Como o teu riso alerta
Um calor no peito meu
Como minh’alma desperta
Do corpo que já morreu
Como é bom ouvir segredos
Te afagando como desvelo
Deixar correr os meus dedos
No ouro dos teus cabelos
Tu és um anjo, querida
Um anjo banhado em luz
Que brilha na minha vida
E me suaviza a cruz
Quando fechar os meus olhos
Pra nunca mais ver os teus
Me guie por entre abrolhos
Até pertinho de Deus
Junto ao trono do Senhor
Te lembrarei com saudade
E rezarei com amor
Por tua felicidade!
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