quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Minhas origens (X)


Jesus Cristo e os Santos, nossos modelos de perfeição

Mote: Só a graça de Deus, não

A gente sonha demais
Vivendo às vezes na ilusão,
Num mundo cheio de dúvidas,
Onde não há preocupação.
Mas até a ponte desaba,
Tudo no mundo se acaba,
Só a graça de Deus, não.

Às vezes vivendo felizes
Encontramos solução
Pr’as dores do dia-a-dia,
Com amor e doação...
Mas até a saúde desaba,
Tudo no mundo se acaba,
Só a graça de Deus, não.


A flor quando desabrocha
Tem a beleza da criação,
Aquele aroma maravilhoso
Que dá tanta emoção.
Mas até a árvore desaba,
Tudo no mundo se acaba,
Só a graça de Deus, não.

A seca é coisa terrível
Causando devastação,
Sofrimento aos camponeses
Que trabalham no sertão...
Mas quando o inverno desaba,
Toda a miséria se acaba,
Só a graça de Deus, não.


O mal tem também seu fim
Por meio da destruição,
Cremos nas bênçãos de Deus
Que afugentam a maldição.
A força do Cão desaba,
Tudo no mundo se acaba,
Só a graça de Deus, não.

O casamento começa
Por meio de uma paixão,
Mas com o passar do tempo,
Se não for um bom cristão,
Aos poucos tudo desaba...
Tudo no mundo se acaba,
Só a graça de Deus, não.

Um filho quando aparece
É como rosa em botão,
Ele traz tanta carícia
Que faz bem ao coração,
Mas quando cresce desaba...
Tudo no mundo se acaba,
Só a graça de Deus, não.

A gente aprende com a mãe
Levar a vida em oração,
E sempre se escolhe um santo
Para se ter devoção.
Mas a fé também desaba,
Tudo no mundo se acaba,
Só a graça de Deus, não.


Queria dizer para meus filhos, e para toda a família, que não tem nada de errado a gente querer assemelhar-se a um santo, ou mesmo a Cristo, pois só nos faz bem à alma e ao coração.
Por coincidência, lendo a vida de Santo Antônio Maria Claret, verifiquei que a sua história tem algo a ver com a minha. É que este piedoso santo perdeu a mãe aos doze anos, e depois que ela foi desta para a outra vida ele se apegou com uma veneração muito amorosa à Nossa Senhora, como se Ela substituísse a sua mãe. O mesmo aconteceu comigo: minha mãe morreu quando tinha doze anos, e desde esse fatídico momento me apeguei à Nossa Senhora da Conceição com muita fé, muita devoção. Até hoje continuo nesse amor a Ela, e quero continuar até o último dia de minha vida, com a mesma fé de sempre. Ela me guia, me dá forças para lutar contra o mal[1].
Mas, voltando à caminhada. Logo que chegamos à Fortaleza, fomos direto para a casa do Francisco Josino, meu cunhado, até nos mudarmos para o “Cocorote”, dezessete dias depois. Comecei a reconstruir a minha vida, com a ajuda de Deus e de minha Santa Mãe.
Hoje, ao completar 82 anos[2], sinto-me realizado, acho que tenho pouco a pedir e muito a agradecer, e além de dar graças a Deus pela longa caminhada, queria também dar graças pelo que tenho e pelo que sou, pois na minha velhice estou lúcido, vendo e ouvindo, dando algo de mim para alguém que precisa.
Sou ministro eucarístico, tenho a honra de levar o Cristo na hóstia consagrada às residências de pessoas idosas e inválidas que já não têm forças para caminhar. Antes da comunhão a gente reza algumas orações e faz algumas leituras. Sinto-me muito realizado, e, apesar de todos os meus defeitos, meus fracassos, Deus e minha Santa Mãe sempre estão comigo.
Outro trabalho que realizo e que também me deixa feliz é, além de ministro da sagrada comunhão, como confrade Vicentino da Sociedade São Vicente de Paulo. Ajudamos às pessoas carentes, por isto somos reconhecidos como Apóstolos da Caridade. Meu desejo é continuar este trabalho até quando Deus quiser, Ele é quem decidirá a minha vida. Que me dê forças para lutar pela minha salvação eterna!
[1] Sua devoção à Nossa Senhora da Conceição vem, realmente, desde sua juventude.
[2] Este relato foi concluído em julho 1993.

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