
Alguns dias depois e a coisa ficou feia, surgiu um grande atrito entre mamãe e a cunhada Anália. Segundo mamãe, as irmãs dele nada faziam para ajudá-lo nas despesas da casa, só mamãe é que trabalhava e tentava ganhar algum dinheiro com costuras e rendas. Trabalhava fazendo rendas de bilro (que havia aprendido com a mãe dela), bordados e rendas de rede de dormir. Um dia ela discutiu com a cunhada, Anália, e ameaçou-a, no calor da discussão, botar pra fora da casa. Mas tia Anália a desafiou, dizendo que estava na casa dela e de seu irmão, que era quem mandava ali. Mamãe não agüentou e pediu que ela saísse. Quando papai chegou à casa, vindo do trabalho, Anália foi a primeira a lhe fazer queixa, dizendo que daquela casa não sairia, pois era sua casa. Papai, calado como sempre foi, nada respondeu, mas alguns instantes depois chamou mamãe para acompanhá-lo até à roça (onde trabalhava), onde poderiam conversar a sós. Chegando lá, disse à mamãe que ela tinha de tolerar a irmã dele morando junto com eles, para o bem da união da família. Mesmo ouvindo seus argumentos, mamãe não concordou e exigiu dele que desse um jeito de tirar as irmãs dali, especialmente a Anália. Perante esta recusa, papai foi duro com ela e disse que se não quisesse morar com as irmãs dele, ele mesmo a largaria e o casamento estaria acabado. Aquela exigência e aquelas palavras foram muito duras para ela, que o amava muito e não queria nunca que houvesse uma separação. Ficou um instante pensativa e disse que aceitaria ficar com as irmãs dele, mas com o único objetivo de evitar uma separação assim tão cedo...
Mas, de nada adiantou os propósitos de mamãe. Logo, logo, as desavenças surgiam. O convívio ficou insuportável. Papai, então, tomou uma resolução sensata: resolveu sair de casa com mamãe e ir morar em outra casa. Embora morando noutra casa, ficou porém dando completa assistência às irmãs e ao irmão. Resolveu assim diplomaticamente salvar seu casamento, embora isto lhe custasse muito.
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