sexta-feira, 17 de setembro de 2010
sexta-feira, 10 de setembro de 2010
Ah, se fosse rainha mesmo!
quinta-feira, 9 de setembro de 2010
Homenagem à Tia Naninha em Natal
Estando em Natal, no encontro entre primos, todos netos da vovó Bárbara Josino da Costa, fomos visitar uma matriarca centenária, Anna Elfízia de Paiva. Dona Anna era a caçula entre 13 irmãos, filhos de Jezo de Paiva Cavalcante e Francisca Maria da Conceição. Seu irmão, Francisco Cavalcante de Paiva era o esposo de Bárbara Josino da Costa.
Por ocasião de seu centenário em 2005, D. Anna, ou Tia Naninha como é mais conhecida, fez o seguinte depoimento:
“Nasci no dia 25 de março de 1905, em um sítio localizado em Portalegre(RN). Minha família era pobre e não tinha um lugar certo para morar, até que meu pai conheceu um senhor que nos ajudou, dando um lugar para ficarmos. Esse homem nos dava de tudo e não queria pagamento. Satisfeito com tudo isso, meu pai o convidou para ser meu padrinho e ele prontamente aceitou. Com o trabalho no roçado, meu pai conseguiu juntar um dinheirinho para a compra desse terreno, mas o homem não aceitou dizendo ser este o presente de sua afilhada”.
Após essa introdução, Tia Naninha fala de como conheceu seu esposo, Henrique Barbosa de Amorim, sete anos mais velho do que ela. Pelo fato de seu pai não aprovar o namoro, teve que usar de um artifício: “fugiu” com o noivo e casou-se sem a aprovação dos pais. O casamento foi realizado na cidade de Pau dos Ferros, no dia 25 de março de 1920, no dia em que ela completava 15 anos de idade. O casal teve uma convivência de 42 anos, tendo no total 19 filhos, 6 dos quais “não se criaram”.
Atualmente, Tia Naninha reside em Natal, na casa de uma de suas filhas, Elita. Segundo dados da família, conta com mais 80 netos, 203 bisnetos e 61 tataranetos.
Recentemente, um jornal de Natal publicou uma reportagem falando sobre longevidade, onde a homenageada era Tia Naninha, conforme podemos ver abaixo:
Vendendo saúde aos 105 anos
Dona Ana Efísia mostra que é possível ultrapassar a idade centenária com lucidez e disposição
Sílvia Miranda Especial para o “Diário de Natal”:
Dificuldades, emoções, desafios, superação e muita fé. Assim é a história de vida de Dona Ana Efísia de Paiva, que hoje mora em Natal e completou 105 anos na semana passada, tendo vivenciado a morte de 12 de seus 19 filhos. Mais que centenária, ela prova que é possível ter saúde e alegria em qualquer idade.
Segundo estimativa do Instituto Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), apenas 45 mil dos 190 milhões têm mais de 100 anos, o que representa pouco mais de 0,02% da população nacional. Dona Ana é uma representante e tanto dessa turma. Nascida no município de Portalegre, a 366km de Natal, Ana Efísia, completamente lúcida, conta as dificuldades que passou para conseguir casar com Henrique Barbosa Amorim aos 15 anos. "Papai não queria nosso namoro porque ele era moreno, então um dia eu fugi para a casa de um casal de amigos e fiquei morando lá. Naquela noite deixei um pau de pilão dentro da rede, coberto com meu lençol, e meus pais só vieram perceber minha ausênciano outro dia. Insistiram para que eu voltasse, mas alguns dias depois casei".
Para ela, os maiores prazeres da vida hoje são poder deitar-se em uma rede na varanda e tragar um cigarro. "Fumo desde os 9 anos e nunca tive problemas com o cigarro, minhas taxas são todas normais", acrescenta. Ela diz que não dispensa um bom feijão com arroz diariamente, um cafezinho e o velho mingau de farinha láctea com leite.
Muito trabalho
A receita para uma vida longa, segundo ela, é muito trabalho. Efísia diz que, após o casamento, teve de enfrentar muitos desafios para conseguir colocar alguma coisa dentro de casa. "A gente morava num sítio em Portalegre e trabalhava com criação de gado, ovelha, tirando leite da vaca, fazendo queijo, trabalhando de dia e de noite na plantação de batata e à tarde fazendo rede para vender. Foi assim que fomos conseguindo as coisas e criando nossos filhos".
Mas a melhor fase de sua vida não foi em sua cidade natal. Ela explica que foi uma época de grandes dificuldades e que ela só conseguiu viver em paz quando mudou-se para Pau dos Ferros, a 400km de Natal. "Minha maior vontade é poder um dia voltar à nossa casa em Pau dos Ferros". Foi forçada a vir para Natal quando o marido ficou doente. "Foi aqui onde ele faleceu com vários problemas no coração, para mim foi muito difícil continuar sem ele".
Hoje, com cerca de 80 netos, 200 bisnetos e 60 tataranetos, dona Efísia diz que conseguiu superar a perda graças ao amor da família e a fé. Com uma família tão grande, ela diz que já não sabe mais como conseguir reunir todo mundo. "Tenho muito prazer em poder reunir os familiares, mas hoje é impossível juntar todos porque tem gente espalhada por todo Brasil e até no Japão".
Por ocasião de seu centenário em 2005, D. Anna, ou Tia Naninha como é mais conhecida, fez o seguinte depoimento:
“Nasci no dia 25 de março de 1905, em um sítio localizado em Portalegre(RN). Minha família era pobre e não tinha um lugar certo para morar, até que meu pai conheceu um senhor que nos ajudou, dando um lugar para ficarmos. Esse homem nos dava de tudo e não queria pagamento. Satisfeito com tudo isso, meu pai o convidou para ser meu padrinho e ele prontamente aceitou. Com o trabalho no roçado, meu pai conseguiu juntar um dinheirinho para a compra desse terreno, mas o homem não aceitou dizendo ser este o presente de sua afilhada”.
Após essa introdução, Tia Naninha fala de como conheceu seu esposo, Henrique Barbosa de Amorim, sete anos mais velho do que ela. Pelo fato de seu pai não aprovar o namoro, teve que usar de um artifício: “fugiu” com o noivo e casou-se sem a aprovação dos pais. O casamento foi realizado na cidade de Pau dos Ferros, no dia 25 de março de 1920, no dia em que ela completava 15 anos de idade. O casal teve uma convivência de 42 anos, tendo no total 19 filhos, 6 dos quais “não se criaram”.
Atualmente, Tia Naninha reside em Natal, na casa de uma de suas filhas, Elita. Segundo dados da família, conta com mais 80 netos, 203 bisnetos e 61 tataranetos.
Recentemente, um jornal de Natal publicou uma reportagem falando sobre longevidade, onde a homenageada era Tia Naninha, conforme podemos ver abaixo:
Vendendo saúde aos 105 anos
Dona Ana Efísia mostra que é possível ultrapassar a idade centenária com lucidez e disposição
Sílvia Miranda Especial para o “Diário de Natal”:
Dificuldades, emoções, desafios, superação e muita fé. Assim é a história de vida de Dona Ana Efísia de Paiva, que hoje mora em Natal e completou 105 anos na semana passada, tendo vivenciado a morte de 12 de seus 19 filhos. Mais que centenária, ela prova que é possível ter saúde e alegria em qualquer idade.
Segundo estimativa do Instituto Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), apenas 45 mil dos 190 milhões têm mais de 100 anos, o que representa pouco mais de 0,02% da população nacional. Dona Ana é uma representante e tanto dessa turma. Nascida no município de Portalegre, a 366km de Natal, Ana Efísia, completamente lúcida, conta as dificuldades que passou para conseguir casar com Henrique Barbosa Amorim aos 15 anos. "Papai não queria nosso namoro porque ele era moreno, então um dia eu fugi para a casa de um casal de amigos e fiquei morando lá. Naquela noite deixei um pau de pilão dentro da rede, coberto com meu lençol, e meus pais só vieram perceber minha ausênciano outro dia. Insistiram para que eu voltasse, mas alguns dias depois casei".
Para ela, os maiores prazeres da vida hoje são poder deitar-se em uma rede na varanda e tragar um cigarro. "Fumo desde os 9 anos e nunca tive problemas com o cigarro, minhas taxas são todas normais", acrescenta. Ela diz que não dispensa um bom feijão com arroz diariamente, um cafezinho e o velho mingau de farinha láctea com leite.
Muito trabalho
A receita para uma vida longa, segundo ela, é muito trabalho. Efísia diz que, após o casamento, teve de enfrentar muitos desafios para conseguir colocar alguma coisa dentro de casa. "A gente morava num sítio em Portalegre e trabalhava com criação de gado, ovelha, tirando leite da vaca, fazendo queijo, trabalhando de dia e de noite na plantação de batata e à tarde fazendo rede para vender. Foi assim que fomos conseguindo as coisas e criando nossos filhos".
Mas a melhor fase de sua vida não foi em sua cidade natal. Ela explica que foi uma época de grandes dificuldades e que ela só conseguiu viver em paz quando mudou-se para Pau dos Ferros, a 400km de Natal. "Minha maior vontade é poder um dia voltar à nossa casa em Pau dos Ferros". Foi forçada a vir para Natal quando o marido ficou doente. "Foi aqui onde ele faleceu com vários problemas no coração, para mim foi muito difícil continuar sem ele".
Hoje, com cerca de 80 netos, 200 bisnetos e 60 tataranetos, dona Efísia diz que conseguiu superar a perda graças ao amor da família e a fé. Com uma família tão grande, ela diz que já não sabe mais como conseguir reunir todo mundo. "Tenho muito prazer em poder reunir os familiares, mas hoje é impossível juntar todos porque tem gente espalhada por todo Brasil e até no Japão".
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quarta-feira, 1 de setembro de 2010
Apodi, sua história e seu hino
Finalmente, publicanos os dados sobre Apodi, uma das cidades representadas no encontro de primos e de netos de D. Bárbara em Natal. Com relação à suas origens, vejam o texto extraído do site apodi.info :
Em 19 de Abril de 1680, o Capitão-Mor Geraldo de Suny concedeu aos irmãos Victor e Leo a sesmaria, por eles requerida, para colonizar a ribeira do Apodi. A disputa pelas terras era uma evidência. Colonizadores e índios Paiacus reivindicavam o domínio das terras. Em 1685, os Nogueiras retornaram à Paraíba, de onde eram naturais, voltando pouco tempo depois à região, dando prosseguimento aos trabalhos de colonização. Com a sublevação geral dos índios ocorrida entre os anos de 1687 e 1696, morre Baltazar Nogueira em luta travada com os índios. Não suportando mais os ataques dos silvícolas, os colonizadores tiveram que se retirar da região, onde já haviam feito plantações e instalado a criação de gado. Alguns anos depois os Nogueiras retornaram às terras da ribeira do Apodi com Manoel Nogueira no comando, na condição de Sargento-Mor da Ribeira. A partir daí, o território experimentou uma época de progresso e desenvolvimento, sendo bem explorado e conquistado em virtude da presença dos padres jesuítas que instalaram em janeiro de 1700 na Aldeia do Apodi, a Missão, com o objetivo de catequizar os índios. Em 1761, a Missão foi extinta e os índios transferidos para outra área. Segundo a tradição, o rio e a região eram conhecidos pelo nome de Podi, em referência ao índio Potiguassu e, na decisão jurídica a respeito da posse das referidas terras, a palavra Podi passou a ser Apodi, por questão de pronúncia. No ano de 1766 foi criado o distrito de Apodi. Sua freguesia foi instalada por Dom Francisco Xavier Aranha, do bispado de Olinda e Recife, em 3 de Fevereiro do mesmo ano.
Ainda não tinha completado 25 anos de idade quando Manoel Nogueira Ferreira pisou pela primeira vez o solo da antiga PODI. Não encontrando maiores dificuldades, inicialmente, para conquistar os indígenas aqui estabelecidos, é de se supor que fosse um bom conhecedor dos seus costumes e hábitos, pois isto facilitava a aproximação com aquela gente. Tempos depois, por razão na frente relatadas, surgiu forte incompatibilidade entre colonizadores e nativos, de graves conseqüências, resultando na morte de Baltazar Nogueira, irmão de Manoel, em luta travada nas proximidades da lagoa Apanha Peixe, com os índios paiacus. A cobiça dos irmãos Nogueira, pela terra que acabavam de descobrir e que logo reconheceram ser de excelente qualidade, capaz de fazê-los progredir na exploração da agricultura e da pecuária, da caça e da pesca, deve-lhes ter despertado a idéia de afastar, o quanto antes os primitivos moradores que aqui encontraram. Este era, de modo geral, o pensamento dos colonizadores da época, "egressos de bandeiras e entradas", muitas vezes, e não raro, impiedosos depredadores das comunidades indígenas. Assim, a velha aldeia da ribeira do Apodi tinha que sofrer, também, com o elemento civilizado que acabava de aportar na terra apodiense.
A quietude da paisagem nativa, a paz e a tranqüilidade da família tribal aqui radicada, passaram a ser abaladas a partir daquele momento. Naquele tempo, a penetração do homem numa região desconhecida, hostil, exposto a perigos de toda ordem, exigia do desbravador, qualidades indispensáveis á conquista dos objetivos visados. Ser forte, corajoso e adaptado ao ambiente, eram condições necessárias para suportar as longas e duras caminhadas, de milhares de quilômetros, através de matas, rios, e serras, onde as doenças, o índio bravo as feras, eram uma ameaça permanente a esse tipo de aventura. Foi justamente enfrentando tudo isto, desafiando todos aqueles obstáculos, que o jovem Manoel Nogueira veio esbarrar, numa de suas penetrações por regiões nordestinas, nas margens da lagoa Itaú, que significa "pedra preta", Com o correr dos tempos, passou-se a chamar-se lagoa Apodi.
Tornara-se Manoel Nogueira Ferreira um dos primeiros desbravadores da região oestana do Rio Grande do Norte penetrando pelo sul da província, procedente da Paraíba, para implantar os fundamentos iniciais da nossa economia agrícola e pastoril. Fazendo roçados, plantando, criando gado, abrindo estradas, construindo e implantando as primeiras vias de comunicação
Manoel Nogueira Ferreira nasceu na cidade de Nossa Senhora das Neves , atualmente João Pessoa, na Paraíba , no dia 15 de maio de 1655, filho legitimo de Matias de Freitas Nogueira e sua mulher Antonia Nogueira Ferreira, Casou-se com Antonia de Oliveira Correia natural de Pernambuco. Faleceu na sua fazenda Outeiro, no município de Apodi, em 17 de janeiro de 1715. Era pai de Margarida de Freitas, mulher que ficou muito conhecida na Ribeira do Apodi, pela grande quantidade de terra que possuía na região, casada com o português Carlos Vidal Borromeu, que veio morar em Portalegre na primeira metade do século XVIII.
Origem do topônimo: a tradição é ter o Ouvidor Cristóvão Soaes Reimão decidindo-se oficialmente, por Apodi. De a-podi ou a-poti, cousa firme, altura, uma chapada, planalto. Não há nenhuma relação com fumo, tabaco, petim, petum, pitim." Luis da Câmara Cascudo, "Nomes da Terra"
Em 19 de Abril de 1680, o Capitão-Mor Geraldo de Suny concedeu aos irmãos Victor e Leo a sesmaria, por eles requerida, para colonizar a ribeira do Apodi. A disputa pelas terras era uma evidência. Colonizadores e índios Paiacus reivindicavam o domínio das terras. Em 1685, os Nogueiras retornaram à Paraíba, de onde eram naturais, voltando pouco tempo depois à região, dando prosseguimento aos trabalhos de colonização. Com a sublevação geral dos índios ocorrida entre os anos de 1687 e 1696, morre Baltazar Nogueira em luta travada com os índios. Não suportando mais os ataques dos silvícolas, os colonizadores tiveram que se retirar da região, onde já haviam feito plantações e instalado a criação de gado. Alguns anos depois os Nogueiras retornaram às terras da ribeira do Apodi com Manoel Nogueira no comando, na condição de Sargento-Mor da Ribeira. A partir daí, o território experimentou uma época de progresso e desenvolvimento, sendo bem explorado e conquistado em virtude da presença dos padres jesuítas que instalaram em janeiro de 1700 na Aldeia do Apodi, a Missão, com o objetivo de catequizar os índios. Em 1761, a Missão foi extinta e os índios transferidos para outra área. Segundo a tradição, o rio e a região eram conhecidos pelo nome de Podi, em referência ao índio Potiguassu e, na decisão jurídica a respeito da posse das referidas terras, a palavra Podi passou a ser Apodi, por questão de pronúncia. No ano de 1766 foi criado o distrito de Apodi. Sua freguesia foi instalada por Dom Francisco Xavier Aranha, do bispado de Olinda e Recife, em 3 de Fevereiro do mesmo ano.
Ainda não tinha completado 25 anos de idade quando Manoel Nogueira Ferreira pisou pela primeira vez o solo da antiga PODI. Não encontrando maiores dificuldades, inicialmente, para conquistar os indígenas aqui estabelecidos, é de se supor que fosse um bom conhecedor dos seus costumes e hábitos, pois isto facilitava a aproximação com aquela gente. Tempos depois, por razão na frente relatadas, surgiu forte incompatibilidade entre colonizadores e nativos, de graves conseqüências, resultando na morte de Baltazar Nogueira, irmão de Manoel, em luta travada nas proximidades da lagoa Apanha Peixe, com os índios paiacus. A cobiça dos irmãos Nogueira, pela terra que acabavam de descobrir e que logo reconheceram ser de excelente qualidade, capaz de fazê-los progredir na exploração da agricultura e da pecuária, da caça e da pesca, deve-lhes ter despertado a idéia de afastar, o quanto antes os primitivos moradores que aqui encontraram. Este era, de modo geral, o pensamento dos colonizadores da época, "egressos de bandeiras e entradas", muitas vezes, e não raro, impiedosos depredadores das comunidades indígenas. Assim, a velha aldeia da ribeira do Apodi tinha que sofrer, também, com o elemento civilizado que acabava de aportar na terra apodiense.
A quietude da paisagem nativa, a paz e a tranqüilidade da família tribal aqui radicada, passaram a ser abaladas a partir daquele momento. Naquele tempo, a penetração do homem numa região desconhecida, hostil, exposto a perigos de toda ordem, exigia do desbravador, qualidades indispensáveis á conquista dos objetivos visados. Ser forte, corajoso e adaptado ao ambiente, eram condições necessárias para suportar as longas e duras caminhadas, de milhares de quilômetros, através de matas, rios, e serras, onde as doenças, o índio bravo as feras, eram uma ameaça permanente a esse tipo de aventura. Foi justamente enfrentando tudo isto, desafiando todos aqueles obstáculos, que o jovem Manoel Nogueira veio esbarrar, numa de suas penetrações por regiões nordestinas, nas margens da lagoa Itaú, que significa "pedra preta", Com o correr dos tempos, passou-se a chamar-se lagoa Apodi.
Tornara-se Manoel Nogueira Ferreira um dos primeiros desbravadores da região oestana do Rio Grande do Norte penetrando pelo sul da província, procedente da Paraíba, para implantar os fundamentos iniciais da nossa economia agrícola e pastoril. Fazendo roçados, plantando, criando gado, abrindo estradas, construindo e implantando as primeiras vias de comunicação
Manoel Nogueira Ferreira nasceu na cidade de Nossa Senhora das Neves , atualmente João Pessoa, na Paraíba , no dia 15 de maio de 1655, filho legitimo de Matias de Freitas Nogueira e sua mulher Antonia Nogueira Ferreira, Casou-se com Antonia de Oliveira Correia natural de Pernambuco. Faleceu na sua fazenda Outeiro, no município de Apodi, em 17 de janeiro de 1715. Era pai de Margarida de Freitas, mulher que ficou muito conhecida na Ribeira do Apodi, pela grande quantidade de terra que possuía na região, casada com o português Carlos Vidal Borromeu, que veio morar em Portalegre na primeira metade do século XVIII.
Origem do topônimo: a tradição é ter o Ouvidor Cristóvão Soaes Reimão decidindo-se oficialmente, por Apodi. De a-podi ou a-poti, cousa firme, altura, uma chapada, planalto. Não há nenhuma relação com fumo, tabaco, petim, petum, pitim." Luis da Câmara Cascudo, "Nomes da Terra"
Vejam o vídeo onde se mostra a cidade e se ouve seu hino, por sinal muito bonito:
Conheça mais sobre Portalegre
Conforme nossa postagem anterior, "O sertão do alto-oeste potiguar se faz representar em Natal", a cidade de Portalegre é a que vai ter mais filhos naquele encontro citado. Damos abaixo as principais informações sobre aquela bela cidade. Pelo relato, podemos ver que suas origens se assemelham muito a de outras cidades próximas, como já mencionamos as de Caicó.
O Município de Portalegre está situado no Alto Oeste, na chamada Tromba do Elefante, porção central da Microrregião Serrana do Estado do Rio Grande do Norte, a uma distância da Capital de 350 km por via rodoviária, através da BR-405 (Pau dos Ferros – Mossoró) e da BR-304 (Mossoró – Natal).
Surgiu a partir do avanço de currais de gado que se aproximaram da Ribeira do Açu/Apodi no final do século XVII. Manoel Nogueira Ferreira, nascido na Freguesia de Nossa Senhora das Neves - Paraíba, e familiares juntamente com outros posseiros construíram nos idos de 1680, currais de gado e situaram fazendas de criar à margem da Lagoa de Itaú ou Upanema, com domínio de terras extensivas até a Lagoa do Apodi.
Em 1706, os índios Paiacús “assolavam” a Ribeira do Apodi causando prejuízos aos criadores, insatisfação essa que se deu na realidade, uma vez que viram a sua terra ser “invadida”. Esses prejuízos causados fez com que o Capitão Antonio Mota Ribeiro e outros criadores dirigissem queixas ao Governador solicitando providências no sentido de retirar os índios para outro local.
Procurando fugir desse ambiente hostil, Manoel Nogueira subiu a Serra dos Cabeços do Podi, no intuito de procurar um local tranqüilo onde pudesse estabelecer sua propriedade para criar e plantar. Entre dois olhos d’água perenes existentes na chã da Serra (sabemos que se trata da Bica e Brejo), ele fincou dormentes (marcos) de madeira de quatro faces delimitando uma faixa de terra onde hoje se encontra a cidade de Portalegre. Em função desses dormentes a Serra fica conhecida como Serra dos Dormentes.
Falecendo Manoel Nogueira, em 1715, sem ter conseguido do Governo a Concessão das terras, este foi o pai de D. Margarida de Freitas. Nos idos de 1740 os irmãos portugueses Carlos Vidal Borromeu e Clemente Gomes d’Amorim, vieram a fixar-se na Serra, o primeiro casou-se com D.Margarida de Freitas. Com essa união conjugal foi possível requerer a posse das terras, através das Cartas de Data e Sesmarias, e estabeleceram-se com fazenda de criação de gado e agricultura de subsistência.
Em 1750 falece Clemente Gomes d’Amorim, ficando as Concessões a pertencer a seu irmão Carlos Vidal Borromeu, tornando-se seu único herdeiro e sucessor, e também Sargento-Mor Regente da Serra. Por conseqüência disso e pela Regência que o Julgado do Açu exercia sobre a Serra, esta passa a chamar-se “Serra do Regente”.
Como verificamos nos relatos das origens de Caicó, a devoção à Sant'Ana começava a incrementar o desenvolvimento da região. Em 1752, adoecendo D.Margarida, esposa de Carlos Vidal Borromeu, fizeram votos a N.Sra. de Sant’Ana, que se ficasse boa, doariam 200 (duzentas) braças de terra, em cima da serra, entre os dois olhos d’água (hoje “Bica e Brejo”), construiriam uma capela para a referida Santa, doaria mais uma parte do Sítio Passagem Velha, e meia dúzia de rezes para situar no lugar. Ficando D.Margarida restabelecida, os votos foram cumpridos. Construíram a Capela em homenagem a Sant’Ana. É nesse período que a Serra passa a se chamar “Serra de Sant’Ana”.
Em 1761, o Juiz de Fora de Olinda, o norte-alentejano, Dr. Miguel Carlos Caldeira de Pina Castelo Branco, veio incumbido de aldeiar os índios e fundar a Vila. O local de instalação seria na Missão do Apodi; no entanto, por várias insatisfações dos colonos da região, que não queriam os índios por lá, foi dada a sugestão de aldeiá-los na Serra do Martins, todavia os moradores (desta) não se sentiram confortáveis em abrigar a Missão, acataram, para tanto que o aldeiamento fosse na Serra do Regente ou Sant’Ana. Dessa forma, o Juiz Castelo Branco, a 21 de outubro de 1761, informava em carta ao Governador de Pernambuco os trabalhos para a implantação da Vila de Portalegre na respectiva Serra.
A origem do topônimo: primeiro devemos levar em consideração o fato de que no período Colonial era comum colocar o nome de cidades e vilas que fossem se originando com o nome de cidades portuguesas. O Juiz Caldeira, quando se deparou com região serrana da ribeira do Apodi, com certeza veio em sua mente a sua terra natal, o Norte do Alentejo, onde existe uma Portalegre. As coincidências morfológicas vieram a contribuir para propiciar o nome da Portalegre portuguesa à Vila que seria oficialmente instalada por ele. Nesse sentido, o Juiz fundou oficialmente a Vila de Portalegre a 08 de dezembro de 1761, sendo a 3ª Vila da então Capitania. A frase “é uma porta alegre do sertão” está mais para folclore. Portanto, imagine que encantado com a região, com certeza deve ter pensando ou dito “essa terra é muito semelhante à Portalegre Norte-Alentejana”, e como diz o seu pentaneto, o Prof. Martinó, ele deve ter pensado “isto é Portalegre”.
No entanto, não podemos esquecer que se a fundação da nova Vila ocorresse no local originário da Missão, ou seja, Apodi, o nome seria, veementemente, Portalegre, haja vista que quem designava os nomes das novas vilas criadas eram os seus fundadores.
Assim a 08 de dezembro de 1761, é instalada a Vila de Portalegre pelo Juiz Miguel Carlos Caldeira de Pina Castelo Branco, sob a invocação do Santo Patrono do dia: Nossa Senhora da Conceição. Além da Freguesia invocar Nossa Senhora da Conceição, também tinha como Santo Patrono São João Batista, uma vez que este era o Patrono da antiga Missão do Apodi.
FONTE:
Núcleo de Pesquisa Histórica – NPH
Para quem não gosta de ler, temos dois vídeos que falam sobre as origens de Portalegre. O primeiro, divulgado pelo Videolog, pode ser acessado apenas clicando na palavra grifada. Mas, extraídos do Youtube , você pode ver também os vídeos abaixo:
O Município de Portalegre está situado no Alto Oeste, na chamada Tromba do Elefante, porção central da Microrregião Serrana do Estado do Rio Grande do Norte, a uma distância da Capital de 350 km por via rodoviária, através da BR-405 (Pau dos Ferros – Mossoró) e da BR-304 (Mossoró – Natal).
Surgiu a partir do avanço de currais de gado que se aproximaram da Ribeira do Açu/Apodi no final do século XVII. Manoel Nogueira Ferreira, nascido na Freguesia de Nossa Senhora das Neves - Paraíba, e familiares juntamente com outros posseiros construíram nos idos de 1680, currais de gado e situaram fazendas de criar à margem da Lagoa de Itaú ou Upanema, com domínio de terras extensivas até a Lagoa do Apodi.
Em 1706, os índios Paiacús “assolavam” a Ribeira do Apodi causando prejuízos aos criadores, insatisfação essa que se deu na realidade, uma vez que viram a sua terra ser “invadida”. Esses prejuízos causados fez com que o Capitão Antonio Mota Ribeiro e outros criadores dirigissem queixas ao Governador solicitando providências no sentido de retirar os índios para outro local.
Procurando fugir desse ambiente hostil, Manoel Nogueira subiu a Serra dos Cabeços do Podi, no intuito de procurar um local tranqüilo onde pudesse estabelecer sua propriedade para criar e plantar. Entre dois olhos d’água perenes existentes na chã da Serra (sabemos que se trata da Bica e Brejo), ele fincou dormentes (marcos) de madeira de quatro faces delimitando uma faixa de terra onde hoje se encontra a cidade de Portalegre. Em função desses dormentes a Serra fica conhecida como Serra dos Dormentes.
Falecendo Manoel Nogueira, em 1715, sem ter conseguido do Governo a Concessão das terras, este foi o pai de D. Margarida de Freitas. Nos idos de 1740 os irmãos portugueses Carlos Vidal Borromeu e Clemente Gomes d’Amorim, vieram a fixar-se na Serra, o primeiro casou-se com D.Margarida de Freitas. Com essa união conjugal foi possível requerer a posse das terras, através das Cartas de Data e Sesmarias, e estabeleceram-se com fazenda de criação de gado e agricultura de subsistência.
Em 1750 falece Clemente Gomes d’Amorim, ficando as Concessões a pertencer a seu irmão Carlos Vidal Borromeu, tornando-se seu único herdeiro e sucessor, e também Sargento-Mor Regente da Serra. Por conseqüência disso e pela Regência que o Julgado do Açu exercia sobre a Serra, esta passa a chamar-se “Serra do Regente”.
Como verificamos nos relatos das origens de Caicó, a devoção à Sant'Ana começava a incrementar o desenvolvimento da região. Em 1752, adoecendo D.Margarida, esposa de Carlos Vidal Borromeu, fizeram votos a N.Sra. de Sant’Ana, que se ficasse boa, doariam 200 (duzentas) braças de terra, em cima da serra, entre os dois olhos d’água (hoje “Bica e Brejo”), construiriam uma capela para a referida Santa, doaria mais uma parte do Sítio Passagem Velha, e meia dúzia de rezes para situar no lugar. Ficando D.Margarida restabelecida, os votos foram cumpridos. Construíram a Capela em homenagem a Sant’Ana. É nesse período que a Serra passa a se chamar “Serra de Sant’Ana”.
Em 1761, o Juiz de Fora de Olinda, o norte-alentejano, Dr. Miguel Carlos Caldeira de Pina Castelo Branco, veio incumbido de aldeiar os índios e fundar a Vila. O local de instalação seria na Missão do Apodi; no entanto, por várias insatisfações dos colonos da região, que não queriam os índios por lá, foi dada a sugestão de aldeiá-los na Serra do Martins, todavia os moradores (desta) não se sentiram confortáveis em abrigar a Missão, acataram, para tanto que o aldeiamento fosse na Serra do Regente ou Sant’Ana. Dessa forma, o Juiz Castelo Branco, a 21 de outubro de 1761, informava em carta ao Governador de Pernambuco os trabalhos para a implantação da Vila de Portalegre na respectiva Serra.
A origem do topônimo: primeiro devemos levar em consideração o fato de que no período Colonial era comum colocar o nome de cidades e vilas que fossem se originando com o nome de cidades portuguesas. O Juiz Caldeira, quando se deparou com região serrana da ribeira do Apodi, com certeza veio em sua mente a sua terra natal, o Norte do Alentejo, onde existe uma Portalegre. As coincidências morfológicas vieram a contribuir para propiciar o nome da Portalegre portuguesa à Vila que seria oficialmente instalada por ele. Nesse sentido, o Juiz fundou oficialmente a Vila de Portalegre a 08 de dezembro de 1761, sendo a 3ª Vila da então Capitania. A frase “é uma porta alegre do sertão” está mais para folclore. Portanto, imagine que encantado com a região, com certeza deve ter pensando ou dito “essa terra é muito semelhante à Portalegre Norte-Alentejana”, e como diz o seu pentaneto, o Prof. Martinó, ele deve ter pensado “isto é Portalegre”.
No entanto, não podemos esquecer que se a fundação da nova Vila ocorresse no local originário da Missão, ou seja, Apodi, o nome seria, veementemente, Portalegre, haja vista que quem designava os nomes das novas vilas criadas eram os seus fundadores.
Assim a 08 de dezembro de 1761, é instalada a Vila de Portalegre pelo Juiz Miguel Carlos Caldeira de Pina Castelo Branco, sob a invocação do Santo Patrono do dia: Nossa Senhora da Conceição. Além da Freguesia invocar Nossa Senhora da Conceição, também tinha como Santo Patrono São João Batista, uma vez que este era o Patrono da antiga Missão do Apodi.
FONTE:
Núcleo de Pesquisa Histórica – NPH
Para quem não gosta de ler, temos dois vídeos que falam sobre as origens de Portalegre. O primeiro, divulgado pelo Videolog, pode ser acessado apenas clicando na palavra grifada. Mas, extraídos do Youtube , você pode ver também os vídeos abaixo:
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