No
período que antecedeu à segunda grande guerra mundial, a freira polonesa Irmã
Faustina Kowalska, teve várias revelações celestes, todas elas relatadas num
diário. Nestas revelações, Nosso Senhor deixava patente que estava fazendo mais
uma tentativa de salvar a humanidade, e o caminho era Sua infinita
misericórdia. Tratava-se de uma mensagem do amor misericordioso de Deus. Tendo
escrito um diário em que eram relatadas todas as aparições e mensagens, foi
este proibido de divulgação no ano de 1959. No mesmo ano que João Paulo II
ascendeu ao sólio pontifício, 1978, o referido diário teve autorização papal
para ser divulgado por não se encontrar qualquer erro doutrinário nele. Paralelamente, prosseguia o processo de
beatificação da freira, que, finalmente, no ano 2000 foi canonizada por João
Paulo II. No dia 18 de agosto de 2002, o Papa foi à Polônia para consagrar o
Santuário da Divina Misericórdia, construído ao lado do convento onde viveu
Santa Faustina. Estava oficialmente aprovado o texto da mensagem de Nosso
Senhor transmitido àquela Santa.
Destacamos
abaixo alguns textos extraídos do livro "Diário da Serva de Deus Ir.
Faustina Kowalska, professa perpétua da Congregação de N. S. da
Misericórdia" (publicado pela
Congregação dos Padres Marianos - Curitiba-PR)
A ira divina
"À noite, quando me encontrava na
minha cela, vi o Anjo executor da ira Divina. Estava vestido de branco, com o
rosto radiante, uma nuvem a seus pés, da nuvem saíam trovões e
relâmpagos para as suas mãos, e delas só então atingiam a terra. Quando vi esse
sinal da ira Divina, que deveria atingir a terra, e especialmente um determinado
lugar que não posso mencionar por motivos justos, comecei a pedir ao Anjo que
se detivesse por alguns momentos, que o mundo faria penitência. O meu pedido
porém não significava nada diante da ira
Divina. Nesse momento vi a Santíssima Trindade. A grandeza de Sua Majestade
traspassou-me profundamente e eu não ousava repetir minha súplica..." (pág.160)
"Essa
oração é para aplacar a Minha ira: recitá-la-ás por nove dias por meio do terço
do Rosário da seguinte maneira: primeiro rezarás um Pai Nosso e Ave Maria e o
Credo, em seguida, nas contas de Pai Nosso, dirás as seguintes palavras: Eterno Pai, eu Vos ofereço o Corpo e Sangue,
Alma e Divindade de Vosso diletíssimo Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo, em
expiação dos nossos pecados e dos do mundo inteiro; nas contas das Ave Maria
rezarás as seguintes palavras: pela Sua dolorosa Paixão, tende misericórdia de
nós e do mundo inteiro. No fim rezarás três vezes estas palavras: Deus Santo,
Deus Forte, Deus Imortal, tende piedade de nós e do mundo inteiro" (pág.
161)
Ninguém escapa
ao Braço de Deus
"Escreve: - Sou três vezes santo e abomino o menor
pecado. Não posso amar uma alma manchada pelo pecado, mas quando se
arrepende, não há limites para a generosidade que tenho para com ela. A minha
misericórdia a envolve e justifica. Com a Minha misericórdia persigo os
pecadores em todos os seus caminhos, e alegra-se o Meu Coração quando eles
voltam a Mim. Esqueço as amarguras com que alimentaram o Meu Coração e
alegro-Me com a sua volta. Dize aos pecadores que ninguém escapa ao Meu
braço. Se fogem do Meu misericordioso Coração, cairão nas mãos da minha
justiça. Dize aos pecadores que sempre espero por eles, presto atenção ao
pulsar do seu coração, para ver quando bate por Mim. Escreve que falo a eles
pelos remorsos de consciência, pelos malogros e sofrimentos, pelas tempestades
e raios, falo pela voz da Igreja, e se invalidarem todas as minhas graças,
começarei a Me zangar com eles, deixando-os a si mesmos, e dou-lhes o que
desejam" . (pág. 486)
Os castigos
são manifestações da misericórdia divina
"Hoje
o Senhor me deu a conhecer a Sua indignação contra a humanidade, que merece
pelos seus pecados a abreviação dos dias, mas conheci que a existência do mundo
é sustentada pelas almas eleitas, isto é, as religiosas. Ai do mundo se
faltarem ordens religiosas" (pág. 403)
"Vi
a ira de Deus pendente sobre a Polônia. E agora vejo que, se Deus castigasse o
nosso país com os maiores castigos, isso seria ainda Sua grande
misericórdia, porque poderia castigar-nos com a condenação eterna por tão
grandes delitos. Fiquei toda estupefata quando o Senhor me abriu o véu só um
pouquinho. Agora vejo claramente que as almas eleitas sustentam a existência do
mundo, para que se complete a medida". (pág. 433)
VISÃO PROFÉTICA DE SANTA FAUSTINA
"Escreve:
antes de vir como Juiz imparcial, venho como Rei de misericórdia. Antes de vir
o dia da justiça, será dado aos homens este sinal no céu.
"Apagar-se-á
toda a luz no céu e haverá uma grande escuridão sobre a terra. Então aparecerá
o sinal da Cruz no céu, e das aberturas onde foram pregadas as mãos e os pés do
Salvador sairão grandes luzes, que por algum tempo iluminarão a terra. Isto
acontecerá pouco antes do último dia". (pág. 34)
"...Então
conheci que grande destruição devia realizar por essa tempestade... " (pág.
504)
Os castigos
tardam a pedido de Nossa Senhora e por causa dos escolhidos
"Vi
Nosso Senhor como um Rei (em) grande Majestade, que olhava para nossa terra com
um olhar severo, mas a pedido de Sua Mãe prolongou o tempo da
misericórdia" (pág. 360).
"...a
Minha mão empunha de má vontade a espada da justiça; antes do dia da justiça
estou enviando o dia da misericórdia..." (pág. 447)
"À
noite vi Nossa Senhora, com o peito descoberto e a espada que a traspassava,
derramando lágrimas amargas e defendendo-nos do terrível castigo de Deus.
Deus quer nos aplicar um terrível castigo, mas não pode porque Nossa Senhora
nos defende..."
"...Nestes
dois dias de carnaval conheci um grande acúmulo de castigos e pecados. O Senhor
deu-me a conhecer num instante os pecados do mundo inteiro cometidos neste dia.
Desfaleci de terror e, apesar de conhecer toda a profundidade da misericórdia
divina, admirei-me que Deus permita que a humanidade exista. E o Senhor deu-me
a conhecer quem sustenta a existência dessa humanidade: são as almas
escolhidas. Quando se completar o número dos escolhidos, o mundo não existirá
mais..." (págs. 222 e 282)
Deus teria
destruído a Rússia
"Ofereci
o dia de hoje pela Rússia; ofereci todos os meus sofrimentos e as minhas
orações por esse pobre país. Depois da Comunhão, Jesus me disse: - Não posso
suportar por mais tempo esse país; não Me tolha as mãos, Minha filha.
Compreendi que, se não fossem as orações das almas agradáveis a Deus, já teria
transformado em nada toda essa nação...". (pág. 253).
Serão
destruídos conventos e igrejas por causa dos maus religiosos
"No
final da via-sacra que eu estava rezando, Nosso Senhor começou a queixar-se das
almas religiosas e sacerdotais, da falta de amor nas almas eleitas:
"-
Permitirei que sejam destruídos conventos e igrejas".
"Respondi:
Jesus, mas tantas almas Vos glorificam nos conventos.. Respondeu o Senhor:
"-
Essa glória fere o Meu Coração, porque o amor foi expulso dos conventos.
Almas sem amor e dedicação, almas cheias de egoísmo e amor-próprio, almas
orgulhosas e presunçosas, almas cheias de perversidade e falsidade, almas
tíbias, que têm calor apenas para elas mesmas se manterem vivas. Todas as
graças que diariamente derramo sobre elas descem como por uma rocha. Não posso
suportá-los, porque não são bons nem maus. Instituí os conventos para por eles
santificar o mundo, e deles deve brotar uma forte chama de amor e sacrifício. E
se não se converterem e não se inflamarem do amor primitivo, farei com
que pereçam com o mundo...
"Como
poderão sentar-se na prometida sé do julgamento do mundo, se as suas culpas são
mais graves que as do mundo, se não há penitência e nem reparação?... Ah, coração que Me recebeste de manhã, ao
meio-dia respiras ódio contra Mim, sob as mais diversas formas. Ah, coração por
Mim especialmente escolhido, será para Me fazer sofrer mais? - Os grandes
pecados do mundo ferem o Meu Coração como que superficialmente, mas os pecados
da alma eleita traspassam o Meu Coração..." (pág 480).
A vocação da
Polônia
"Muitas
vezes rezo pela Polônia, mas vejo a grande indignação de Deus contra ela, por
ser ingrata. Esforço-me com toda a alma para defendê-la. Incessantemente lembro
a Deus Suas promessas de misericórdia. Quando vejo Sua indignação, jogo-me com
confiança no abismo da misericórdia, nele mergulhando toda a Polônia e, então,
Deus não pode fazer uso de Sua justiça... (pág. 339)
"...Uma
Nossa Senhora assim eu ainda não tinha visto. Então olhou para mim bondosamente
e disse: Sou Nossa Senhora dos Sacerdotes. Então colocou a Jesus no
chão, ergueu a mão direita para o céu e disse: Deus, abençoai a Polônia,
abençoai os sacerdotes. E novamente disse: Conta o que viste aos
sacerdotes" (pág. 446)
"Quando
estava rezando pela Polônia, ouvi estas palavras: - Amo a Polônia de maneira
especial, e se for obediente à Minha vontade, Eu a elevarei em poder e
santidade. Dela sairá a centelha que preparará o mundo para a Minha vinda
derradeira". (pág. 487)
SANTA FAUSTINA
VIU Uma alma eleita, QUEM SERIA?
"Vejo
com freqüência uma certa pessoa agradável a Deus. O Senhor tem uma grande
predileção por ela, não apenas porque procura venerar a misericórdia Divina,
mas pelo amor que tem para com Deus; embora essa alma nem sempre sinta esse
amor em seu coração de maneira sensível, e permaneça quase sempre no Horto das
Oliveiras. No entanto é sempre agradável a Deus, e sua grande paciência vencerá
todas as dificuldades". (págs.
292/293)
"Conheci
que certa alma é muito agradável a Deus, apesar das diversas perseguições; Deus
a está revestindo de uma dignidade superior, com o que alegrou-me muito o
meu coração". (pág. 505).
Convento de leigos?
"Hoje
vi o convento dessa nova Congregação. Amplas e grandes instalações, eu visitava
cada coisa sucessivamente, via que em toda a parte a Providência Divina havia
fornecido o que era necessário. As pessoas que viviam nesse convento andavam
por enquanto em vestes leigas, mas o espírito religioso reinava em toda a
plenitude, e eu arrumava tudo como o Senhor desejava..." (pág.
334).
Nota: Comenta-se no
livro que esse seria o convento pertencente à Ordem que a vidente fundaria
futuramente; mas tal não ocorreu, pois a Irmã Faustina não chegou a fundar a
Ordem, nem tampouco ocorreu o fato com leigos levando vida conventual. Pode-se
conjecturar que, na realidade, trata-se de um convento... de leigos, isto é,
pessoas que não fizeram votos oficiais numa Ordem. Pode-se conjecturar que
trata-se de uma nova modalidade de apostolado leigo, levando vida consagrada,
como João Paulo II falou em 25 de março de 1996 após o Sínodo episcopal
ocorrido naquela data.
Podemos
muito bem identificar este "convento de leigos" como as casas de
formação dos "Arautos do Evangelho", primeira Associação privada
internacional de direito pontifício a ser reconhecida pela Santa Sé, fato que
se deu solenemente no dia 22 de fevereiro de 2001. A ação apostólica dessa
Associação atende os requisitos expostos por João Paulo II em sua
"Exortação Apostólica Pós-Sinodal" de 25 de março de 1996, Sobre a
Vida Consagrada e sua missão na Igreja e no mundo, com caráter eminentemente
profético, quando assim se expressou: "Uma
íntima força persuasiva da profecia vem-lhe da coerência entre o anúncio e a
vida. As pessoas consagradas serão fiéis à sua missão na Igreja e no mundo, se
forem capazes de se reverem continuamente a si próprias à luz da Palavra de
Deus. Poderão assim enriquecer os outros fiéis com os dons carismáticos
recebidos, deixando-se por sua vez interpelar pelas provocações proféticas
vindas dos outros elementos eclesiais. Nesta permuta de dons, garantida por uma
plena sintonia com o Magistério e a disciplina da Igreja, resplandecerá a Ação
do Espírito, que “conduz [a Igreja] à
verdade total e unifica-a na comunhão e no ministério, enriquece-a e guia-a com
diversos dons hierárquicos e carismáticos".
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